Dario Messer é condenado a 13 anos de prisão em regime fechado

Em acordo com o Poder Judiciário, ele aceitou pagar R$ 1 bilhão em multa e cumprir até 18 anos de cadeia

Renato Souza
postado em 17/08/2020 17:06 / atualizado em 17/08/2020 17:06
Em depoimento, Dario Messer confessou ser
Em depoimento, Dario Messer confessou ser "dono" da mesa de câmbio paralelo - (crédito: Reprodução/TV Globo)

O doleiro Dario Messer, considerado o "doleiro dos doleiros", foi condenado a 13 anos e quatro meses de prisão, nesta segunda-feira (17). De acordo com a sentença, o juiz Alexandre Libonati, da 2ª Vara Federal Criminal do Rio, o tempo de reclusão deve ser cumprido em regime fechado.

O magistrado determinou que o mandado de prisão seja expedido após a pandemia de coronavírus, para assegurar a saúde do réu. A condenação ocorre no âmbito da operação Marakata, desdobramento da Lava-Jato no Rio de Janeiro.

Messer foi condenado pelo crime de lavagem de dinheiro, e absolvido de evasão de divisas. O magistrado negou pedido da defesa para que ele recorresse em liberdade. “Nego ao réu o direito de apelar em liberdade na medida em que respondeu preso ao presente processo, inexistindo circunstâncias modificadoras do quadro fático que ensejou a prisão preventiva. Conforme já exaustivamente apreciado ao longo da tramitação, o réu dispõe de condições financeiras, possui cidadania paraguaia, esteve foragido por meses e, quando preso, portava documento falso para dificultar sua identificação e prisão,” diz um trecho da sentença.

O doleiro ainda é réu em duas ações que correm na 7ª Vara Federal Criminal do Rio relativas as operações Câmbio, Desligo e Patrón. A operação Marakata investiga o envio de dinheiro para o exterior de maneira ilegal. De acordo com as investigações, Messer usou a empresa Comércio de Pedras O. S. Ledo para enviar R$ 44 milhões ao exterior entre 2011 e 2017.

Delação

O doleiro Dario Messer firmou um acordo de colaboração com a Justiça. Em depoimento, ele confessou ser "dono" da mesa de câmbio paralelo operada pelos doleiros Vinicius Claret, o Juca Bala, e Cláudio Barboza, o Tony, no Uruguai. Os valores enviados ao exterior retornavam ao Brasil de maneira não declarada.

De acordo com as investigações da Polícia Federal, o movimento ilegal de envio de recursos ao exterior movimentou U$ 1,6 bilhão em 52 países. Ele concordou em devolver R$ 1 bilhão e cumprir até 18 anos de cadeia.

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