Aberto para ficar como ministro por até dois anos, Pazuello entrega comando militar

O general viajou esta semana para Manaus e irá passar o comando da 12ª Região Militar, mas não tem planos para entrar para a reserva

Bruna Lima
postado em 17/08/2020 19:56
 (crédito: JosDias/PR)
(crédito: JosDias/PR)

O ministro interino da Saúde, general Eduardo Pazuello, passa o comando do 12ª Região Militar para se manter no cargo de liderança da principal pasta do enfrentamento à covid-19. Como adiantado por Pazuello em conversa com o Correio, não há sinalizações de que o militar seja substituído na função de interino mesmo após o término do prazo de 90 dias previsto inicialmente.

"Na hora que eu achar que a missão acabou, eu vou falar para o presidente que a missão dada inicialmente foi cumprida e se ele quiser que eu permaneça eu vou permanecer. É uma decisão dele. Se ele disser ‘muito obrigado’, eu volto para o quartel. É simples. É uma questão do que se precisa e o que presidente acha que é necessário que seja feito pelo país", disse o ministro ao Correio.

Para continuar à frente da pasta, Pazuello passa a função para o general Edson Rosty, em cerimônia prevista para esta quinta (20). Desde janeiro, Pazuello estava responsável pelo comando da Amazônia Ocidental, que inclui os estados do Amazonas, Acre, Rondônia e Roraima. Em abril, embarcou para Brasília, à pedido do presidente Jair Bolsonaro, e assumiu a secretaria-executiva do Ministério da Saúde.

Menos de um mês depois, passou a ocupar a função de ministro interino após a saída de Nelson Teich. À época, declarou que o objetivo era ficar por 90 dias, a fim de auxiliar no processo de transição. Em junho, foi oficializado como interino e, após o período de três meses pré-estipulado, informou que não há prazo definido para deixar a pasta, cabendo ao presidente decidir.

"Enquanto for necessário, eu já falei para o presidente que eu estou à disposição para ficar aqui”, afirmou Pazuello. No entanto, ele não demonstra movimentações para abandonar o quadro de generais da ativa e não vê problema em conciliar a atual condição na carreira militar com o comando da pasta. "Não tem nada a ver uma coisa com a outra. Você pode ser da ativa e ficar agregado até dois anos.”

Bem avaliado pelos gestores dos estados e municípios e, ao mesmo tempo, pelo presidente da República, a transferência do comando é só mais um indicador da permanência de Pazuello como ministro, pelo menos até o fim da pandemia.

Outro nome levantado para assumir os comandos é o do deputado federal e líder do Governo na Câmara, Ricardo Barros (PP/PR). Ex-ministro da Saúde no governo Temer, o parlamentar se aproxima de Bolsonaro e seria uma nova possibilidade de devolver o comando da Saúde ao Centrão, bloco que ocupa cada vez mais espaço no governo e que auxilia Bolsonaro no controle do Congresso.

 

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