Os empresários German e José Efromovich, ex-donos da Avianca Holdings, foram presos ontem pela Polícia Federal, em uma nova fase da Operação Lava-Jato, em São Paulo. Os irmãos são donos do estaleiro Eisa-Ilha e são investigados por fraudes em licitações e pagamentos de propina para a Transpetro –– braço da Petrobras para a navegação.
Segundo o Ministério Público Federal, apuração interna da estatal apontou que as ações ilícitas dos executivos, junto com o então presidente da empresa e agora colaborador, Sérgio Machado, causou um prejuízo de R$611,2 milhões à Transpetro.
A PF aponta que os envolvidos pagaram R$ 40 milhões em propinas a executivos da estatal, em troca de favorecimento ao Eisa-Ilha e direcionamento em licitações. O objetivo era obter um contrato milionário para construção e fornecimento de navios, no valor global de mais de R$ 857 milhões.
Segundo a PF, a contratação teria sido feita desconsiderando estudos de consultoria que apontavam que o Eisa-Ilha não tinha condições técnicas e financeiras para construir as embarcações. O estaleiro pediu recuperação judicial em 2015.
Em coletiva, Germán Efromovich negou as acusações. “Não devo nada. Nunca dei dinheiro em troca de contrato para político nenhum, nem para executivo da Transpetro. Aliás, minhas contas são transparentes. Já olharam, podem olhar tudo”, desafiou.
A operação, batizada de “Navegar é preciso”, cumpriu ordens judiciais expedidas pela 13ª Vara Federal, em Curitiba, que decretou prisão preventiva dos irmãos e depois as substituiu por prisão domiciliar, com monitoramento eletrônico, em razão da pandemia do novo coronavírus. Os mandados de busca e apreensão foram cumpridos em endereços no Rio de Janeiro, em São Paulo e em Alagoas.
Em nota, a Transpetro informou que “desde o princípio das investigações, colabora com o Ministério Público Federal e encaminha todas as informações pertinentes aos órgãos competentes” e reiterou que é “é vítima nestes processos e presta todo apoio necessário às investigações da Operação Lava-Jato”.
A Avianca Holdings, cujo braço no Brasil está em recuperação judicial, não é citada nas investigações.
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