Panos quentes em "omissão" de Alcolumbre

Simone Kafruni
postado em 22/08/2020 06:00

Após uma semana tensa, com decisões opostas das casas do Congresso sobre o veto presidencial ao reajuste salarial de servidores, a relação do Planalto com os presidentes do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), e da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), não deve mudar, avaliam especialistas. Mesmo que, nos bastidores, tenha se aventado que Alcolumbre pisou na bola ao não estar presente na votação que derrubou o veto, assim como Maia recebeu elogios por ter garantido sua manutenção, a análise é de que há muitos projetos e vetos importantes pela frente para deixar que isso atrapalhe a relação entre os Poderes.

Quem mais se esforça para garantir o equilíbrio é o senador Eduardo Gomes (MDB-TO), líder do governo no Congresso. “A gente tem aprimorado o relacionamento, por parte da liderança do governo, para dialogar mais, deixar as coisas claras, porque o governo quer aprovar reformas”, disse. “A semana foi tensa, mas não é nada anormal. Isso é uma construção permanente, de aferir cada matéria, cada voto decisivo. É preciso respeitar o espaço de cada um, sem chateação, para tocar as pautas do governo.”

Para Cristiano Noronha, vice-presidente e sócio da Arko Advice, a situação gerou mal-estar. “Ao governo, não convém tensionar demais com Alcolumbre, porque há vetos importantes vindo por aí, como o da desoneração, do BPC (Benefício de Prestação Continuada), saneamento”, disse. Segundo ele, é preciso lembrar que foi o Senado que aprovou o marco do saneamento, conduzido por Alcolumbre. “Com essa nova postura do presidente Jair Bolsonaro, mais cautelosa, há espaço para haver entendimento e superar problemas.”

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