Pelo menos 2 mil pessoas tiveram de deixar suas casas, de forma preventiva, após o rompimento da tubulação de uma barragem que faz parte dos dutos de transposição do Rio São Francisco, na cidade de Jati, no interior do Ceará, na sexta-feira. O Ministério do Desenvolvimento Regional informou que não houve feridos e, a princípio, não existe risco de ruptura da barreira de contenção. O secretário de Recursos Hídricos do Ceará, Francisco Teixeira, afirmou, porém, que o jato d’água está causando erosão do solo próximo à barragem.
O vazamento ocorreu um dia depois de o ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho, abrir a comporta que libera água da barragem de Jati para o Cinturão das Águas do Ceará (CAC), um sistema do governo estadual que abastece outras cidades do Ceará, inclusive a capital, Fortaleza. Moradores relatam que residências foram destruídas, e ruas, tomadas pela correnteza.
A cidade de Jati ficou sem energia, pois o nível da água atingiu a rede elétrica em alguns locais. No entanto, um gerador foi disponibilizado para restabelecer o fornecimento e garantir o fechamento da comporta. De acordo com o ministério, “equipes técnicas da pasta estão atuando, desde o início da ocorrência, para garantir os reparos necessários à estrutura que conduz as águas do Rio São Francisco apenas pelo Eixo Norte”.
O ministério informou, ainda, que “a Defesa Civil do município de Jati também esteve no local e confirmou a integridade da estrutura e que não há riscos à população”. Os moradores que estão temporariamente desabrigados serão mantidos em hotéis e pousadas. Alguns preferiram seguir para a casa de parentes, em áreas fora de risco.
Novas avaliações estão sendo realizadas para decidir as providências a serem tomadas nos próximos dias. “A medida segue o Plano de Ação Emergencial (PAE) elaborado para o empreendimento. Os moradores estão sendo informados por meio de carros de som e por profissionais da Defesa Civil local e da empresa operadora, que também estão indo diretamente às residências”, informou o governo federal, em nota.
Audiências públicas
O ministro Rogério Marinho esteve, ontem, no município cearense e fez uma coletiva, transmitida pelas redes sociais da pasta. Ele falou ao lado da prefeita de Jati, Maria de Jesus, e de representantes da empresa responsável pela obra. “Este é o momento de tranquilizar a população”, disse. De acordo com Marinho, devem ser realizadas audiências públicas para explicar para a população local o ocorrido e ainda que as causas serão apuradas. “Vamos permitir que a transposição continue avançando, mas com os cuidados necessários”, enfatizou.
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