IMPRENSA

Após ameaça de agressão, Bolsonaro volta a ofender jornalistas: ''Bundão"

Presidente afirmou que jornalista "bundão" tem menor chance de sobreviver a covid do que ele. No domingo, ele disse que tinha vontade de "encher de porrada" a boca de um profissional

Ingrid Soares
postado em 24/08/2020 12:52 / atualizado em 24/08/2020 13:24
 (crédito: ED ALVES/CB/D.A.Press)
(crédito: ED ALVES/CB/D.A.Press)

O presidente Jair Bolsonaro afirmou, na manhã desta segunda-feira (24/8), que jornalista “bundão” tem menor chance de sobreviver ao covid-19 do que ele próprio. A declaração ocorreu durante a solenidade intitulada “Encontro Brasil vencendo a Covid-19”, doença que já matou mais de 114 mil pessoas no país.

Ocorrida no Palácio do Planalto, o encontro contou com a presença de médicos que defendem a cloroquina como tratamento para o novo coronavírus, embora a medicação não tenha eficácia científica comprovada. No evento, Bolsonaro contou quando salvou de afogamento um aspirante ao exército. O chefe do Executivo completou que sempre foi atleta.

“Em 78, um soldado numa oficina de cordas caiu numa lagoa que tinha mais ou menos dois metros e meio de profundidade, É pouca coisa. Dois metros e meio é isso aqui. E eu consegui, era um jovem aspirante do exército brasileiro, tinha 23 anos, sempre fui atleta das forças armadas. Aquela história de atleta né, que o pessoal da imprensa vai para o deboche, mas quando pega num bundão de vocês a chance de sobreviver é bem menor”, disparou.

Bolsonaro disse ainda que jornalistas “só sabem fazer maldade”. “Usar a caneta com maldade em grande parte. Tem exceções como aqui o Alexandre Garcia. A chance de sobreviver é bem menor do que a minha. E quem falou 'gripezinha' foi o Dráuzio Varella, deixar bem claro. E depois eu fui atrás”, alegou.

Ameaça

Nesse domingo (23/8), ao ser questionado sobre supostos depósitos feitos por Fabrício Queiroz — ex-assessor de Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) e investigado por um esquema de "rachadinha" — na conta da primeira-dama, Michelle Bolsonaro, o presidente respondeu que tinha vontade de "encher de porrada" a boca do jornalista.

A pergunta se referia a uma informação divulgada no começo do mês pela revista Crusoé, após quebra do sigilo bancário de Queiroz, de que o ex-assessor repassou R$ 72 mil em cheques a Michelle Bolsonaro entre 2011 e 2016. Além disso, o jornal Folha de S. Paulo informou que Márcia Aguiar, mulher de Queiroz, repassou R$ 17 mil para Michelle em 2011, totalizando, ao menos, R$ 89 mil depositados.

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