O presidente Jair Bolsonaro avalia montar um escritório voltado para a compra de armas, em Washington. A intenção é a de que sejam adquiridos equipamentos de fabricantes americanos para as polícias estaduais, Polícia Federal (PF) e Polícia Rodoviária Federal (PRF) –– no caso das duas últimas, enviando integrantes para atuar na representação brasileira que será criada lá. O empreendimento está sob responsabilidade do ministro da Justiça, André Mendonça, que atua no planejamento e formatação das atribuições do escritório. A intenção é economizar, pois, com representação na capital dos Estados Unidos, o poder público do Brasil não precisaria contratar intermediários para procedimentos de compra.
A proposta está sendo tratada entre o ministério e o Exército –– que tem uma unidade de negociação na capital americana. A estrutura é utilizada, atualmente, para a aquisição de equipamentos de defesa, e poderá ser utilizada em apoio ao novo projeto. Procurada pelo Correio, a pasta informou que o caso está em avaliação.
Apesar de não manterem fábricas no Brasil, diversas empresas estrangeiras têm avançado no mercado nacional de armas, desde 2013. O foco principal é o serviço público, com vendas em larga escala para entidades de segurança. A austríaca Glock, fabricante de armas leves, entrou oficialmente no mercado nacional em 2005, desde que vendeu o primeiro lote de pistolas para a PF. Na época, como mostrou o Correio em uma série de reportagens sobre o assunto, a corporação abriu licitação para a aquisição de 5 mil armas, sendo 4 mil pistolas do modelo G-17. A venda do equipamento custou R$ 5,1 milhões.
Entre 2016 e 2018, os recursos envolvidos no fornecimento de armas passaram de R$ 31 milhões. A maior aquisição se deu pela PRF, que comprou 10 mil Glocks calibre 9mm para serem usadas pelos agentes da corporação, ao custo de R$ 18 milhões. A Polícia Militar do Paraná adquiriu 850 pistolas por R$ 1.383.219,34 e a PM do Distrito Federal adquiriu 250 pistolas por R$ 410 mil. (Com Renato Souza)
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