O afastamento de Wilson Witzel foi recebido, e a revelação do esquema de corrupção que supostamente comanda, gerou reações diversas de deputados e senadores que representam o Rio de Janeiro no Congresso. Houve parlamentares que lamentaram o novo escândalo, que novamente coloca o estado num redemoinho de corrupção que parece interminável, quem fizesse a conexão com o presidente Jair Bolsonaro e quem se regozijasse com o novo revés do governador.
E chamou a atenção que no Twitter do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), acusado de chefiar um esquema de rachadinhas quando era deputado estadual, não houvesse qualquer comentário sobre a operação determinada pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ).
“Mais uma vergonha para o nosso estado, que já esperava o desfecho do impeachment. E não adianta Bolsonaro tentar se distanciar”, disse a deputada Jandira Feghali (PCodB).
Marcelo Freixo (PSol) também fez questão de ligar Bolsonaro ao governador. “Witzel chegou ao poder com apoio de Bolsonaro e, agora, é afastado por acusações de crimes semelhantes cometidos pelos ex-governadores Cabral e Pezão. Esse é o esgoto político do Rio de Janeiro”, atacou.
O bolsonarista Otoni de Paula (PSC) criticou a permissão para que Witzel continuasse no Palácio Laranjeiras durante o afastamento. “Quer ficar no Palácio Laranjeiras, comendo e bebendo às custas do povo. Mas não vai mesmo! Vou protocolar um questionamento ao STJ”, prometeu.
Já Luiz Lima (PSL) ironizou com um “sextou pro Witzel!” O colega de legenda Carlos Jordy citou pronunciamento do governador afastado.
Marcelo Calero (Cidadania-RJ) propõe um novo pleito para o Estado. “Apenas novas eleições darão o mínimo de governabilidade, e dignidade, ao Estado do Rio. Lembrando que se os cargos de governador e vice ficarem vagos a partir de janeiro de 2021, a decisão cabe à Alerj. Não me parece bom caminho”.
Até mesmo Clarissa Garotinho (Pros), cujo pai chegou a ser preso também acusado de corrupção, se manifestou sobre o episódio. “Mostra que ninguém está acima da lei, mesmo aqueles que se disfarçaram por trás de uma toga”, observou.
O senador Romário (Podemos) alfinetou: “O Estado do Rio de Janeiro merecia um histórico melhor em plena pandemia, quando os governantes deveriam estar focados em salvar a população”, escreveu numa rede social, referindo-se à sequência de governadores presos acusados de corrupção –– Garotinho, Rosinha Garotinho, Sergio Cabral e Luiz Fernando Pezão.
Outro senador, Arolde de Oliveira (PSD), não acusou nem defendeu, já que é evangélico como o Pastor Everaldo, preso na operação: “Arrogância e ganância outra vez de mãos dadas? Não existe escrúpulo dos governantes? A situação política, econômica e social afunda de vez. Quem está com a razão é irrelevante.
Colegiado
A decisão do ministro do Superior Tribunal de Justiça Benedito Gonçalves, que afastou Witzel por 180 dias, será analisada pela Corte Especial do STJ — o colegiado é formado por 15 ministros — na próxima quarta-feira.
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