FLORESTA

Mourão defende investimento de países emergentes na Amazônia

Para o vice-presidente, Brasil precisa atrair investimentos externos para construir um modelo de desenvolvimento sustentável na floresta, baseado na bioeconomia

Marina Barbosa
postado em 31/08/2020 12:03 / atualizado em 31/08/2020 12:03
 (crédito: Romerio Cunha/VPR)
(crédito: Romerio Cunha/VPR)

O vice-presidente Hamilton Mourão garantiu nesta segunda-feira (31/8) que o governo brasileiro está comprometido com a sustentabilidade e quer transformar a Amazônia no "grande polo da bioeconomia mundial". Ele admitiu, contudo, que, para isso, é preciso atrair investimentos estrangeiros para a Amazônia, inclusive dos demais países emergentes do Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul).

"O desenvolvimento da Amazônia passa pela bioeconomia hoje, além das atividades que já estão em andamento lá. Temos que transformar a Amazônia no grande polo da bioeconomia mundial", defendeu Mourão, que também é o coordenador do Conselho Nacional da Amazônia Legal, durante fórum realizado pela Band News.

Com o governo brasileiro sendo criticado em todo o mundo pelo avanço das queimadas na Amazônia, Mourão reconheceu que há uma série de problemas a serem enfrentados na floresta. Porém, disse que "reprimir ilícitos ambientais não é suficiente". "A Amazônia precisa de um novo modelo de desenvolvimento, baseado em pesquisa e inovação. Com isso, entrando na bioeconomia, por meio de parcerias público-privadas. Esse é o grande desafio que temos no momento em relação à Amazônia", defendeu.

Por isso, defendeu a entrada de investimentos estrangeiros na construção desse novo modelo econômico para a Amazônia. "Bioeconomia é o mapeamento das cadeias de valor, dos produtos da biodiversidade da floresta, de uma infraestrutura logística sustentável e do investimento nisso aí. Essa é a grande questão", alegou.

Ele pediu, então, colaboração dos Brics, que eram o público-alvo do fórum desta segunda-feira. "Atrair parceiros dos Brics que possuem recursos para investirem na nossa Amazônia e, como consequência, participar desse processo de desenvolvimento. É o grande papel que nosso Conselho tem. No seio dos Brics, é importantíssimo que a gente crie esse ambiente e atraia o capital chinês, russo, indiano, da própria África do Sul, para trabalharmos juntos nessa grande tarefa", defendeu.

Mourão lembrou, por sua vez, que todo esse processo passa por uma "solução de soberania, com efetiva presença do estado brasileiro na Amazônia". E admitiu que, diante das críticas mundiais em relação ao avanço das queimadas e das dúvidas sobre a situação fiscal do Brasil, essa missão de "buscar investimento, nos apresentarmos com confiabilidade para receber investimentos" hoje é a sua "maior angústia" no Conselho da Amazônia.

O vice-presidente tentou, então, afastar algumas das dúvidas dos investidores. Ele saiu em defesa das reformas econômicas que podem melhorar o ambiente de negócios e ajustar a situação fiscal do Brasil, como a reforma tributária, a reforma administrativa e a PEC do Pacto Federativo; mostrou-se favorável à integração e cooperação internacional; e garantiu que o governo brasileiro está comprometido com a sustentabilidade.

Segundo Mourão, "nós somos um país sustentável, não somos predadores", que precisa "vencer o modelo extrativista predatório de derrubar floresta pura e simplesmente para vender madeira e avançar no desenvolvimento tecnológico e na conscientização ambiental". "O desenvolvimento hoje só pode ser sustentável", frisou.

Ele destacou ainda que, segundo dados da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), "a bioeconomia gira 2 trilhões de euros e emprega 22 milhões de pessoas" no mundo. E garantiu que "a Amazônia tem espaço para isso".

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