Corrupção

STF suspende ação penal contra o ministro Vital do Rêgo

Corte julgou ação da defesa questionado abertura de processo antes do julgamento de recurso que questiona envio do caso ao primeiro grau

Renato Souza
postado em 01/09/2020 18:00
 (crédito:  Fabio Pinheiro/TCU)
(crédito: Fabio Pinheiro/TCU)

A Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), decidiu, nesta terça-feira (01), suspender uma ação penal aberta pela 13ª Vara Federal de Curitiba contra o ministro Vital do Rêgo, do Tribunal de Contas da União (TCU). Ele é acusado de lavagem de dinheiro e corrupção.

No julgamento, dois ministros votaram contra a suspensão do processo e dois foram a favor. O ministro Celso de Mello não participou da sessão, por estar de licença médica. De acordo com a lei penal, no caso de empate em um julgamento colegiado, o réu deve ser favorecido, por isso a ação penal contra o ministro foi suspensa.

Na denúncia, apresentada contra o ministro, o Ministério Público Federal (MPF) afirma que Vital aceitou R$ 3 milhões da OAS para blindar empreiteiras na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobras, no Senado e na Comissão Mista Parlamentar de Inquérito (CPMI), no Congresso, em 2014. O integrante da corte de contas é acusado de lavagem de dinheiro e corrupção. Ele teve R$ 4 milhões bloqueados pela Justiça. De acordo com as investigações, o dinheiro foi repassado por meio de “encontros ocultos”.

De fato, nenhum dos acusados, que posteriormente seriam implicados na Lava-Jato, foram convocados. A negociação teria ocorrido no primeiro ano da operação, quando as autoridades estavam começando a desbaratar o gigantesco esquema montado para retirar recursos da Petrobras, lavar dinheiro, desviar e fraudar contratos com a gigante do setor de petróleo. De acordo com o MPF, "foram realizadas uma série de reuniões entre investigadores e investigados, foras das dependências do Congresso Nacional, sem registros e às escondidas, nas quais foram selados os acordos de corrupção, encontros ocultos comprovados por mensagens de texto, registros de ligações e dados de georreferenciamento”.

Vital do Rêgo, que era senador, foi alvo de uma investigação no STF. No entanto, ao deixar o cargo, o caso foi enviado à Primeira Instância de Justiça pelo relator do caso, ministro Edson Fachin. A defesa entrou com um recurso no Supremo, e alega que o pedido ainda não foi julgado - requerendo a suspensão da ação penal.

Votaram contra a suspensão do processo os ministros Cármen Lúcia e Fachin. Gilmar Mendes e Ricardo Lewandowski foram a favor.

 

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