O presidente Jair Bolsonaro disse nesta terça-feira (1º/9) que o governo federal vai aceitar investimentos estrangeiros na Floresta Amazônica apenas "de países que tenham exatamente os mesmos ideais nossos, de democracia e liberdade".
O chefe do Executivo ainda pediu a ajuda do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Congresso Nacional para as ações de preservação da Amazônia e afirmou que "nós temos a obrigação de manter essa região sob o nosso comando".
"Se não fossem aqueles aventureiros de antigamente, lutando para ir ao oeste do Tratado de Tordesilhas, hoje não teríamos a nossa Amazônia. E nós temos a obrigação de manter essa região sob nosso comando. E é somente dessa forma, com entendimento de todos, dos Três Poderes, demais autoridades, buscando recursos, meios, se dedicando, se empenhando, que nós poderemos dizer que a Amazônia verdadeiramente é nossa", destacou Bolsonaro.
As falas do presidente aconteceram durante a cerimônia de lançamento do programa Norte Conectado, que deve levar conexão de internet banda larga em fibra óptica para municípios da região amazônica que precisam de melhoria na rede de telecomunicações.
Durante o seu discurso, Bolsonaro disse ser importante "integrar a Amazônia com recursos próprios". "E, se um dia nós precisarmos de recursos de outros países, poderemos aceitá-los, mas serão de países que tenham exatamente os mesmos ideais nossos, de democracia e liberdade. Somente dessa forma é que nós poderemos dizer que a nossa Amazônia, de fato, será integrada ao nosso país", destacou.
Mourão pediu ajuda ao Brics
Na segunda-feira (31/8), o vice-presidente Hamilton Mourão declarou em fórum realizado pela Band News que o governo brasileiro está comprometido com a sustentabilidade e quer transformar a Amazônia no "grande polo da bioeconomia mundial", mas admitiu que, para isso, é preciso atrair investimentos estrangeiros para a Amazônia, inclusive dos demais países emergentes do Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul).
Presidente do Conselho Nacional da Amazônia Legal, Mourão comentou que, com o governo sendo criticado em todo o mundo pelo avanço das queimadas na Amazônia, há uma série de problemas a serem enfrentados na floresta. Porém, disse que "reprimir ilícitos ambientais não é suficiente".
"A Amazônia precisa de um novo modelo de desenvolvimento, baseado em pesquisa e inovação. Com isso, entrando na bioeconomia, por meio de parcerias público-privadas. Esse é o grande desafio que temos no momento em relação à Amazônia", defendeu.
Por isso, defendeu a entrada de investimentos estrangeiros na construção desse novo modelo econômico para a Amazônia. "Bioeconomia é o mapeamento das cadeias de valor, dos produtos da biodiversidade da floresta, de uma infraestrutura logística sustentável e do investimento nisso aí. Essa é a grande questão", alegou.
Ele pediu, então, colaboração dos Brics, que eram o público-alvo do fórum de segunda-feira. "Atrair parceiros dos Brics que possuem recursos para investirem na nossa Amazônia e, como consequência, participar desse processo de desenvolvimento. É o grande papel que nosso Conselho tem. No seio dos Brics, é importantíssimo que a gente crie esse ambiente e atraia o capital chinês, russo, indiano, da própria África do Sul, para trabalharmos juntos nessa grande tarefa."
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