Segurança Pública

Deputado federal do PSL diz que Brasil tem políticos financiados por narcotraficantes

Luiz Bragança afirmou ainda que não vê força política do governo de Jair Bolsonaro para combater questões relativas à segurança pública

Sarah Teófilo
postado em 10/09/2020 19:36 / atualizado em 10/09/2020 21:15
 (crédito: Reprodução)
(crédito: Reprodução)

Debatendo sobre segurança pública no Brasil, o deputado federal Luiz Philippe de Orléans e Bragança (PSL-SP) disse que há políticos no Brasil financiados por narcotraficantes. “O Brasil está no vértice de se tornar um ‘narcoestado’. Temos políticos financiados por narcotraficantes, e esse número é sempre alto”, disse.

As informações foram levadas pelo parlamentar no seminário virtual Correio Talks nesta quinta-feira (10/9), promovido pelo Correio Braziliense, em uma discussão sobre modernização da segurança pública no Brasil. O deputado disse que a situação no Brasil é crítica e “não evoluiu desde 2014, desde o impeachment da [ex-presidente] Dilma Rousseff”.

“Estamos pior em questões de Justiça, de leis, de segurança pessoal e até mesmo de dar mais poder às polícias. Ou seja, estamos regredindo, e eu não vejo que o atual governo tenha força política, em função de uma série de dinâmicas aqui que não vale a discussão nesse painel. Mas vemos que os bandidos estão ganhando também o jogo político”, disse.

Conforme o parlamentar do PSL, o “narcotráfico já financia políticos”. “Há juízes coniventes, há leis sendo passadas que são coniventes com o crimes e coniventes também facilitando a vida do criminoso e travando a vida do policial. Há empresários do Brasil e fora também que têm interesse no narcotráfico; têm interesse em ver o Brasil desandar, como a situação da Venezuela, da Líbia, da Síria, em que não há estado”, afirmou.

Esses locais, segundo ele, são controlados por facções envolvidas em algum tipo de contrabando para conseguir financiamento - seja de armas ou de drogas. Bragança citou o exemplo do México, pontuando que o país, apesar de uma sociedade milenar, com economia pujante, é considerado um “narcoestado”. “Isso é possível sim. O controle total do sistema político por facções, narco traficantes”, disse.

Bragança afirma que a situação gera nele uma indignação similar à que o levou a entrar para a política. “Temos aí tramitando uma comissão para liberalizar droga, a produção, distribuição, comércio de droga. Isso é um descalabro e uma inconsciência histórica inacreditável. Por que houve agenda política para instalar essa comissão e não houv agenda política para instalar uma comissão para avaliar uma PEC de segurança pública?”, questionou.

O parlamentar afirmou que “o sistema ta agindo contra a sociedade brasileira ainda e talvez muito mais do que esteve”. De acordo com ele, é importante ter uma reforma interna das polícias, “tanto do ciclo completo quanto da carreira única”. “Eu acho que já está um debate bem maduro, e nada melhor do que os policiais para trazer isso à tona”, frisou.

Para Bragança, uma reforma do tipo precisa ser chancelada pelos policiais. “Acho que cabe sim aos policiais tomarem a liderança desse processo”, afirmou, dizendo achar “uma vergonha para a classe policial se movimentar por questões classistas enquanto a sociedade ainda paga um preço absurdo em relação à falta de segurança e impunidade”.

O parlamentar frisou a importância do combate ao tráfico de droga, tanto no momento da distribuição, quanto no consumo e produção. “Temos que ter muito foco nisso, e liberdade ampla para isso, para fazer essas ações”, disse.

Propriedade privada e armas

Bragança disse que é preciso entender a dinâmica de onde vem o problema da segurança pública; questões de favela, citando o Rio de Janeiro. Em sua fala, ele trouxe como solução a distribuição de propriedade privada e o armamento da população.

“O Rio está se tornando um não estado; uma mini Venezuela; uma mini Líbia dentro do Brasil, onde as facções já tomaram conta e o estado é totalmente ineficaz. Mas o que seria a grande revolução aqui, para que não haja necessidade de fazer uma intervenção policial, militar, nesse território? Seria ter distribuição de propriedade privada, dessas áreas urbanas tradicionalmente ocupadas. Com as pessoas com sensação maior de propriedade do seu território, elas naturalmente combaterão e vão querer proteger e melhorar aquela região. E para isso precisam ter liberdade para poder adquirir armas”, disse.

Conforme o parlamentar, essas duas vertentes teriam um impacto na segurança pública e poderiam “até causar uma revolução dessas áreas que o estado não consegue entrar”. “E nem quer entrar, porque coloca em risco também os policiais”, afirmou.

 

 

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