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Diferente da cloroquina, Bolsonaro diz que vacinas para a covid-19 devem ter comprovação científica

Presidente já defendeu a utilização do medicamento no tratamento contra a covid-19 mesmo sem o respaldo da ciência sobre a eficácia do remédio no combate à doença

Augusto Fernandes
postado em 10/09/2020 21:45 / atualizado em 10/09/2020 21:46
 (crédito: Reprodução/Facebook)
(crédito: Reprodução/Facebook)

A produção de vacinas contra a covid-19 foi um dos temas abordados na live do presidente Jair Bolsonaro na noite desta quinta-feira (10/9), e o chefe do Executivo destacou que a imunização contra a enfermidade só deve ser aplicada no Brasil caso haja alguma comprovação científica.

O posicionamento do presidente contradiz as declarações dele sobre a utilização da cloroquina e da hidroxicloroquina no tratamento da doença. Os remédios não têm o respaldo da ciência para serem usados por pacientes que contraíram o novo coronavírus, mas Bolsonaro sempre defendeu a utilização das substâncias a despeito de não haver um consenso entre a comunidade científica sobre a eficácia das duas drogas.

Ele abordou o tema depois de a Universidade de Oxford ter suspendido na terça-feira (8/9) os testes clínicos da vacina para a covid-19 elaborada em parceria com a farmacêutica AstraZeneca. A decisão foi tomada depois de uma voluntária do reino Unido ter tido uma reação adversa grave.

A vacina estava sendo testada também no Brasil. No mês passado, Bolsonaro até editou uma Medida Provisória que liberou um crédito extraordinário de R$ 1,9 bilhão para a aquisição e a fabricação de 100 milhões de doses do imunizante em solo nacional.

Na transmissão desta noite, o presidente conversou sobre a vacina ao lado da youtuber mirim Esther Castilho. Em determinado momento da live, Bolsonaro questionou a garota: "Você tomaria qualquer vacina sem comprovação científica?". “Essa vacina para o vírus ainda não tem comprovação científica", acrescentou.

O presidente ainda criticou uma lei aprovada pelo Congresso Nacional que determinou que a liberação rápida de medicamentos e outros materiais sem registro para tratamento da covid-19. O texto do parlamento estabeleceu que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) tem um prazo de 72 horas para autorizar o uso no Brasil de produtos para o combate ao coronavírus que tenham recebido o aval de outras autoridades sanitárias estrangeiras.

Bolsonaro vetou o projeto de lei, mas o Congresso derrubou o veto. "Se chegar uma vacina de qualquer país aí, sem que passe pela Anvisa, tem todo um procedimento lá. E tem uma lei agora, eu vetei essa lei, mas o veto foi derrubado, vacinas vindas de Estados Unidos, União Europeia, Japão ou da China, a Anvisa tem 72 horas para dizer se está ok ou não. Se não falar nada, chama-se aprovação tácita. É como se aprovado estivesse. Você acha que está certo isso?”, ponderou o presidente.

De todo modo, ele garantiu que é a Anvisa que vai definir quais vacinas devem ou não ser usadas no Brasil. "Deu problema com a vacina que nós estávamos tratando. Estamos aguardando saber das causas — porque uma das pessoas deu problema —, para, logicamente, continuar pesquisando, testando para ver se ela pode ser usada ou não, aplicada ou não. Quando chegar no Brasil, a Anvisa vai tratar se vamos ou não vacinar as pessoas."

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