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Fumaça do Pantanal faz avião de Bolsonaro arremeter em MT

A visibilidade da aeronave foi comprometida por conta da fumaça advinda de queimadas no Pantanal. O próprio chefe do Executivo contou o ocorrido durante discurso em uma homenagem do Agronegócio ao presidente

Ingrid Soares
postado em 18/09/2020 12:40 / atualizado em 18/09/2020 13:17
 (crédito:  Alan Santos/PR)
(crédito: Alan Santos/PR)

O avião do presidente Jair Bolsonaro precisou arremeter nesta sexta-feira (18/9) na chegada a Sinop, em Mato Grosso. A visibilidade foi comprometida por conta da fumaça advinda de queimadas no Pantanal. O próprio chefe do Executivo contou o ocorrido durante discurso em uma homenagem do Agronegócio ao presidente.

"Hoje quando o avião foi aterrissar, ele arremeteu. Foi a segunda vez na minha vida que acontece isso.Uma vez foi no Rio de Janeiro e, obviamente, algo anormal está acontecendo. No caso é que a visibilidade não estava muito boa. Para a nossa felicidade, conseguimos pousar.”

Além do presidente, o avião levava ainda o ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, e o chefe da Secretaria de Governo, Luiz Eduardo Ramos.

Supervalorização das queimadas

Apesar do acontecido, durante a fala na solenidade, Bolsonaro apontou que há "alguns focos de incêndio pelo Brasil" e que isso acontece ao longo dos anos. O mandatário voltou a dizer que concorrentes comerciais internacionais têm interesse em supervalorizar as queimadas no país devido ao Brasil ser um dos maiores produtores de alimentos do mundo.

"E temos sofrido uma crítica muito grande. Porque obviamente quanto mais nos atacarem, mais interessa aos nossos concorrentes, para o que temos de melhor, que é o nosso agronegócio", apontou.


Em referência às críticas de outros países sobre as queimadas no Pantanal e na Amazônia, Bolsonaro rebateu e ressaltou que o Brasil "é um exemplo para o mundo". "Países outros que nos criticam não tem problema de queimada porque já queimaram tudo no seu país. Temos a matriz mais limpa energética do mundo. Nós proporcionalmente ocupamos uma menor área para agricultura ou para a pecuária do que qualquer outro país do mundo. Nós somos um exemplo para o mundo”, justificou.


Segundo o Programa Queimadas, do Instituto Nacional de Pesquisas Especiais (Inpe), de 1º de janeiro a 12 de setembro, o órgão contabilizou 125.031 queimadas no país, o maior registro para o período desde 2010, quando 182.170 focos de calor foram mapeados no mesmo intervalo.


No final do discurso, Bolsonaro afirmou que o agronegócio é “o grande futuro do nosso Brasil”. “Meus senhores e minhas senhoras, é motivo de orgulho estar aqui. Eu sou empregado de vocês, vocês são os nossos patrões. A vocês, nós devemos a lealdade absoluta, por vocês nós lutamos”, concluiu.


“O Brasil está de parabéns na preservação do meio ambiente”

Ontem (17), Bolsonaro defendeu que o Brasil está de “parabéns” quando o assunto é preservação ambiental. O chefe do Executivo justificou que grande parte da matriz energética do país provêm de fontes renováveis como usinas hidrelétricas, energia eólica, energia solar e biomassa.


“O Brasil é o país que mais preserva o meio ambiente e alguns, não entendem como, é o país que mais sofre ataques vindo de fora no tocante ao seu meio ambiente. O Brasil está de parabéns na maneira como preservar esse seu meio ambiente", declarou.


À noite, durante a tradicional live, Bolsonaro disse que as queimadas ocorridas no país são potencializadas de "forma negativa" por concorrentes comerciais. Segundo o chefe do Executivo, "o próprio brasileiro critica sem conhecimento".


Bolsonaro também tem defendido que a Amazônia e o Pantanal tem sofrido “críticas desproporcionais”. O mandatário comparou as queimadas no Brasil às ocorridas nos Estados Unidos e na África. “A África tem mais foco que no Brasil”, acrescentou.

ONU


No evento em Sinop, Bolsonaro contou que já gravou o discurso para a 75ª edição da Assembleia Geral da ONU, que ocorrerá na próxima terça-feira (22/9). O presidente relembrou a fala de 2019.


“No ano passado, vale a pena recordar, falamos do agronegócio, falamos da potencialidade de nosso país, e falamos também que era inadmissível o país ter a quantidade que tinha de terras demarcadas para índios e quilombolas. Os índios são nossos irmãos, são nossos parceiros, eles merecem a sua terra, mas dentro de sua razoabilidade. A ONU queria, conforme detectado, que nós passássemos de 14% para 20%. Falei-lhes: não. Nós não podemos sufocar aquilo que nós temos aqui, que tem nos garantido a nossa segurança alimentar e de mais de um bilhão de pessoas no mundo”, finalizou.

O presidente cumpre agenda  ainda em Sorriso,  onde deverá participar da solenidade de entrega de Títulos de Propriedade Rural e do lançamento simbólico do plantio de soja. A expectativa é de que Bolsonaro retorne no final da tarde à Brasília.

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