Invesigação

Procurador representa contra Flávio Bolsonaro após senador faltar a depoimento

No horário em que deveria conversar com autoridades sobre vazamento de operação da Polícia Federal, parlamentarr participava de um programa de TV em Manaus

Renato Souza
postado em 23/09/2020 16:38 / atualizado em 23/09/2020 16:39
 (crédito: Beto Barata/Agencia Senado)
(crédito: Beto Barata/Agencia Senado)

O procurador Eduardo Benones, do Ministério Público Federal do Rio de Janeiro (MPF-RJ), enviou representação contra o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) à Procuradoria Geral da República (PGR). O parlamentar é acusado de tentar atrapalhar as investigações sobre supostos vazamentos da operação Furna da Onça, deflagrada pela Polícia Federal.

No documento, Benones afirma que o parlamentar faltou, intencionalmente, a uma acareação que deveria ocorrer entre ele e o empresário Paulo Marinho, no Rio de Janeiro. A decisão sobre a representação é do procurador-geral da República, Augusto Aras. Uma acareação consiste na oitiva de duas ou mais pessoas envolvidas em uma investigação. As autoridades colocam investigados ou testemunhas frente a frente e fazem perguntas sobre o fato para obter esclarecimentos e encontrar novos detalhes sobre o caso.

Durante a acareação, os investigadores ficam atentos a possíveis contradições nas versões e podem confrontar os investigados, autores ou testemunhas. No entanto, no horário marcado para que Marinho e Flávio fossem ouvidos, o senador estava em Manaus, participando de um programa de TV.

Na ocasião, o parlamentar participou de gravações com referências irônicas contra usuários de drogas. O procurador sustenta que ninguém pode se eximir de colaborar com investigações criminais e pede à PGR que avalie se houve crime de desobediência. O senador alegou problemas de agenda para não comparecer. Ele seria ouvido na condição de testemunha. “Quanto à tese de crime de desobediência insinuada pela procuradoria, é lamentável sob vários aspectos. Nem o procurador da República poderia dar ordem ao senador e nem essa “ordem” seria legal, pelo que constituiria uma impropriedade técnica com poucos precedentes na história do Judiciário fluminense”, informaram os advogados do parlamentar, em nota.

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