CANDIDATURAS

Eleições 2020: campanha começa com lives, carreatas e corpo a corpo

Candidatos e partidos foram incumbidos de orientar os colaboradores a evitar aglomerações, respeitar a capacidade máxima de ocupação dos locais visitados e dar preferência a organizar atos em espaços amplos e abertos. Segundo o MP, o não cumprimento das regras pelos partidos pode configurar crime de "infringir determinação do poder público, destinada a impedir introdução ou propagação de doença contagiosa"

Correio Braziliense
postado em 28/09/2020 06:00
 (crédito: Carl de Souza/AFP)
(crédito: Carl de Souza/AFP)

Os candidatos do Rio de Janeiro iniciaram, ontem, a campanha para as eleições 2020, investindo no apelo virtual, após o alerta das autoridades eleitorais sobre a proibição a aglomerações em meio à pandemia do novo coronavírus. A Procuradoria Regional Eleitoral no Rio de Janeiro (PRE-RJ) expediu, no último sábado, uma recomendação aos diretórios dos partidos sobre a necessidade de que os atos da campanha eleitoral de 2020 no estado cumpram as normas sanitárias. Candidatos e partidos foram incumbidos de orientar os colaboradores a evitar aglomerações, respeitar a capacidade máxima de ocupação dos locais visitados e dar preferência a organizar atos em espaços amplos e abertos. Segundo o MP, o não cumprimento das regras pelos partidos pode configurar crime de “infringir determinação do poder público, destinada a impedir introdução ou propagação de doença contagiosa”.

Os dois líderes das pesquisas de opinião tiveram programas diferentes, ontem. Se o atual prefeito, Marcelo Crivella (Republicanos), não teve agenda oficial devido a ter se tornado inelegível pelo Tribunal Regional Eleitoral do Rio (TRE-RJ), o primeiro ato da campanha de Eduardo Paes (DEM) foi a assinatura de uma carta de compromisso com lideranças comunitárias de favelas do Rio. O lançamento oficial da campanha de Paes foi via plataformas digitais, quando apresentou propostas para a cidade.

Em São Paulo, as limitações impostas pela pandemia do novo coronavírus obrigaram os candidatos à prefeitura a adaptarem suas campanhas no primeiro dia da disputa eleitoral. A maioria dos candidatos não deixou de ir para as ruas, mas o tradicional corpo a corpo foi substituído por atividades com menos pessoas, tentativas de manter o distanciamento mínimo, ou carreatas. Ainda assim, foram registradas aglomerações. Para tentar compensar, as campanhas utilizaram as lives e divulgação via redes sociais.

Líder na corrida eleitoral, segundo pesquisa Ibope, o deputado Celso Russomanno (Republicanos) passou o dia reunido com assessores, sem agenda. O segundo colocado nas sondagens e candidato à reeleição, Bruno Covas (PSDB), fez o lançamento de sua campanha num webinário fechado para militantes do PSDB. Já Guilherme Boulos, do PSol, optou por abrir a campanha com uma caminhada em São Mateus, zona leste, onde inaugurou seu primeiro comitê de campanha. Apesar dos pedidos no carro de som para que o distanciamento fosse mantido, houve aglomeração de centenas de apoiadores, além de dirigentes partidários e candidatos a vereador.

No caso de Belo Horizonte, os candidatos dividiram-se entre lives e carreatas. Áurea Carolina (PSol) e Nilmário Miranda (PT) partiram para a campanha virtual. Já Luísa Barreto (PSDB) e Paula Paiva (Novo) preferiram o contato de longe com o eleitorado, de cima da caçamba de picapes. Já Alexandre Kalil (PSD), que concorre à reeleição, passou o primeiro dia da corrida eleitoral sendo atacado por adversários. 

 

Chuva atrapalha


A chuva marcou o primeiro dia de campanha em Porto Alegre. Manuela D’Ávila (PCdoB) e Fernanda Melchionna (Psol) cancelaram atividades. O atual prefeito, Nelson Marchezan (PSDB), que busca a reeleição, realizou uma videoconferência com candidatos à Câmara de Vereadores de sua coligação e participou de uma reunião com a coordenação de campanha.

Em Curitiba, o destaque do dia foi o prefeito Rafael Greca (DEM) anunciando que ele e a mulher, Margarita Sansone, testaram positivo para covid-19. Os dois foram internados, ontem, no Hospital Nossa Senhora das Graças para tratamento contra pneumonia.

No caso de Salvador, o sincretismo religioso não poderia faltar. No dia em que se comemora a festa dos santos gêmeos Cosme e Damião, três dos nove candidatos à Prefeitura de Salvador deram início às suas campanhas pedindo as bênçãos do Senhor do Bonfim: Olívia Santana (PCdoB), Bruno Reis (DEM, que chegou acompanhado do atual prefeito, ACM Neto) e Denice Santiago (PT) –– que compareceu à igreja ao lado do governador Rui Costa.

Já Recife começou a campanha eleitoral com Marília Arraes (PT) indo, em carreata, da Avenida Domingos Ferreira para Brasília Teimosa. Seu primo e adversário, deputado federal João Campos (PSB), dedicou o dia a realizar reuniões, em bairros da cidade, com candidatos proporcionais que integram a Frente Popular do Recife. Carlos Andrade Lima (PSL) abriu a campanha com caminhada no Ibura e, apesar de ser bolsonarista, usou máscara — mas não evitou aglomerações ao desfilar com candidatos a vereador pelo partido.

Em Fortaleza, todos de máscara, mas sem se furtar do corpo a corpo com o eleitorado. Foi o que aconteceu com Heitor Ferrer (SD), Luizianne Lins (PT) e Capitão Wagner (Pros).

Belém, por sua vez, após a liberação da propaganda eleitoral nas ruas e na internet, percebeu os movimentos iniciais das campanhas de partidos e coligações que disputam a prefeitura da capital. No primeiro dia de liberação, houve carreata, comício e bandeirada nos semáforos das vias mais importantes da cidade. Na internet, também houve o palanque de vários candidatos a cargos majoritários e proporcionais, com apresentação de projetos e de carreiras políticas e profissionais. 

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