PANDEMIA

Bolsonaro: Isolamento é 'conversinha mole' e coisa 'para os fracos'

Apesar dos quase 135 mil mortos pela covid-19 no Brasil, presidente comenta que a população não pode se "acovardar" frente à pandemia

Enquanto o número de mortes pelo novo coronavírus no país se aproxima de 135 mil, o presidente Jair Bolsonaro comentou nesta sexta-feira (18/9) que o Brasil não pode “se acovardar” diante da covid-19. Ele também reclamou das políticas de isolamento social, dizendo que “isso é para os fracos” e que ficar em casa é uma “conversinha mole”.

Bolsonaro abordou o assunto durante evento em Sorriso (MT) nesta tarde, ao elogiar produtores rurais por terem continuado a trabalhar em meio à crise sanitária. “Vocês não pararam durante a pandemia. Vocês não entraram na conversinha mole de ’fica em casa, a economia a gente vê depois‘. Isso é para os fracos”, comentou o presidente.

O chefe do Executivo ainda falou que “o vírus era uma realidade e tínhamos que enfrentá-lo”. “Nada de se acovardar perante aquilo que nós não podemos fugir dele”, afirmou.

Alta dos alimentos

Ele agradeceu aos produtores por terem garantido segurança alimentar para os brasileiros em meio à crise, mas não fez menção à recente alta no preço da comida. “Vocês estão de parabéns, vocês são o nosso orgulho. Vocês venceram este obstáculo. O Brasil confia e precisa muito mais de vocês.”

“Essa região, esse estado, agiu dessa maneira (não ficando em casa). O agronegócio, em grande parte, evitou que o Brasil entrasse no colapso econômico. Nos deu segurança alimentar. Não só a 210 milhões de brasileiros, bem como a mais de 1 bilhão de outras pessoas que vivem ao redor desse enorme mundo”, acrescentou Bolsonaro.

Relação com Judiciário e Legislativo

No discurso, Bolsonaro disse que, atualmente, há um bom relacionamento entre Executivo, Legislativo e Judiciário. “Não tem um poder melhor que o outro. Nenhum poder superior ao outro. Somos três poderes, harmônicos e independentes, e assim devemos continuar sendo”, garantiu.

Atualmente, o Supremo Tribunal Federal (STF) está à frente de um inquérito que investiga suposta interferência de Bolsonaro na Polícia Federal. Responsável pelo caso na Corte, o ministro Edson Fachin ordenou nesta semana que o mandatário prestasse depoimento à corporação presencialmente.

No entanto, a Advocacia-Geral da União (AGU) apresentou um recurso ao Tribunal. O ministro Marco Aurélio Mello ficou responsável por analisar o pedido da defesa do presidente, em razão de Edson Fachin estar de licença médica, e anunciou nessa quinta-feira (17/9) que o recurso será analisado pelo plenário do STF. Além disso, Marco Aurélio suspendeu o inquérito envolvendo Bolsonaro até que o pedido da AGU seja votado por todos os ministros da Suprema Corte.

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