Indicação ao Supremo

Bolsonaro diz que indicação ao STF ficou igual a escalar a Seleção Brasileira

O presidente voltou a defender a nomeação do desembargador Kassio Marques para a vaga a ser aberta na Corte e rebateu críticas de apoiadores por encontros com integrantes de outros poderes: "Tomei café, aqui, com Maia, estou errado?"

Ingrid Soares
postado em 05/10/2020 11:09 / atualizado em 05/10/2020 13:17
 (crédito: Clauber Cleber Caetano/PR)
(crédito: Clauber Cleber Caetano/PR)

O presidente Jair Bolsonaro afirmou, na manhã desta segunda-feira (5/10), que indicar um nome para o Supremo Tribunal Federal (STF) ficou igual a escalar a Seleção Brasileira. A declaração foi feita a apoiadores na saída do Palácio da Alvorada.

“Tem muita crítica para quem eu estou indicando para o Supremo, ou não?”, questionou o chefe do Executivo. Em seguida, ele voltou a defender o desembargador Kassio Marques, indicado por ele para a vaga a ser aberta com a aposentadoria do decano, Celso de Mello. "Indicação para o Supremo, para muita gente, ficou igual escalar Seleção Brasileira: todo mundo tem seu nome, e aquele que não entrou o nome dele, ele reclama e começa a acusar o cara de tudo. Esse mesmo pessoal, no passado, queria que eu botasse o Moro (Sergio Moro, ex-ministro da Justiça)", destacou. "Ele (Kassio) é católico, tem uma vivência na ala militar. É mentira aquela questão que ele votou para o Battisti ficar aqui. Quem decidiu foi o Supremo, não foi ele", emendou, numa referência ao voto de Marques contra a deportação de Cesare Battisti, em 2015.

Bolsonaro defendeu Marques novamente sobre as acusações que vem recebendo, entre as quais, de ter liberado, em maio de 2019, que o Supremo pudesse comprar lagostas e vinhos. A aquisição dos itens havia sido impedida por uma juíza federal. O presidente enfatizou que isso não tira as qualificações do desembargador.

“O negócio das lagostas é que a liminar não pode impedir isso ou aquilo para o Supremo comprar, tem que ver se o processo estava legal, e estava legal. Senão, daqui a pouco, vai chegar filé mignon aqui, alguém vai entrar com, uma ação aqui, eu posso comer só carne de terceira. Se bem que não dou bola para isso, minha formação é militar, não dou bola para isso", afirmou. "Acusam ele de comunista, o Tarcísio (de Freitas, ministro da Infraestrutura) trabalhou também com o PT, parece que o ministro da Justiça também trabalhou com o PT, um montão de militar ali foi ajudante de ordens do governo do Lula e da Dilma. E daí?”.

Código de trânsito


O mandatário também rebateu críticas de apoiadores por ter se reunido, no sábado, com o ministro Dias Toffoli, do STF, e com Davi Alcolumbre (DEM-AP), presidente do Senado. Ele contou que se encontrou, hoje, com Rodrigo Maia (DEM-RJ), presidente da Câmara. “Eu tomei café, aqui, com Maia. Estou errado? Quem faz a pauta na Câmara?".

Apesar de não ter mencionado detalhes sobre a reunião com o parlamentar, Bolsonaro disse que deve sancionar amanhã as mudanças no Código de Trânsito. "Talvez amanhã eu vá sancionar com ele e com o Alcolumbre a mudança no Código de Trânsito, que aumenta a validade da carteira", anunciou.

Uma das mudanças aumenta para até 10 anos o prazo máximo de validade da Carteira Nacional de Habilitação (CNH) e prevê elevação, ainda, no número de pontos.


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