PEC EMERGENCIAL

Maia: regulamentar teto é importante para evitar risco jurídico ao presidente

Presidente da Câmara dos Deputados diz que aprovação da PEC Emergencial, que trata da regulamentação dos gatilhos que devem ser acionados no caso de descumprimento do teto de gastos, é prioridade

Augusto Fernandes
postado em 14/10/2020 22:45 / atualizado em 14/10/2020 22:46

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse nesta quarta-feira (14/10) que o Congresso Nacional precisa aprovar o quanto antes a proposta de Emenda à Constituição (PEC) Emergencial, que trata da regulamentação dos gatilhos que devem ser acionados no caso de descumprimento do teto de gastos.

Segundo ele, a redação do dispositivo constitucional que limita o crescimento da despesa à inflação do ano anterior precisa ser aperfeiçoado para evitar “um risco jurídico ao presidente da República (Jair Bolsonaro)”.

“Acho que melhorar essa redação é muito importante para que a gente possa acionar gatilhos antes de estourar o teto, antes de chegar no teto, senão, vai gerar, certamente, risco jurídico ao presidente da República. E isso não é bom e não é correto”, analisou Maia, durante o 10º Seminário de Administração Pública e Economia, promovido pelo Instituto de Direito Público (IDP), de Brasília.

O parlamentar criticou que, atualmente, o texto do teto de gastos só permita que os gatilhos que alertam sobre o descumprimento da norma sejam “acionados quando o teto já está estourado”. “Nenhum governante vai estourar o teto, (mas) você sempre fica na dúvida do que fazer”, disse o presidente da Câmara. 

PEC dos gatilhos 

A PEC Emergencial foi apresentada pelo governo ao Congresso ainda em 2019. Neste momento, a proposta está sob a análise do senador Marcio Bittar (MDB-AC), que ainda não tem um relatório sobre o texto pronto.

Pela forma como o documento foi entregue pelo Executivo ao parlamento, o objetivo da PEC é conter o crescimento das despesas obrigatórias para todos os níveis de governo. Com isso, o governo espera viabilizar um ajuste fiscal gradual. 

Pelo texto, sempre que a despesa corrente superar 95% da receita corrente, em um sinal de que o espaço de receitas mais regulares para financiamento da máquina está reduzido, algumas medidas ficarão disponíveis para o gestor. 

No caso da União, as medidas automáticas virão diante da quebra da regra de ouro. Se o governador ou prefeito não adotar essas medidas, terá que abrir mão de receber garantias da União para operações de crédito.

 

 

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