Justiça

"Vontade de mandar a conta ao ministro", diz Doria sobre André do Rap

Governador de São Paulo disse que caçada ao bandido libertado pelo Supremo custa R$ 2 milhões a cada quatro meses. Após o ministro Marco Aurélio Mello conceber habeas ao chefe do PCC, o tribunal decidiu manter a prisão do réu

Bruna Lima
postado em 16/10/2020 15:29
 (crédito:  Governo do Estado de S?o Paulo)
(crédito: Governo do Estado de S?o Paulo)

A sequência de deliberações do Supremo Tribunal Federal (STF) que culminou na fuga de André do Rap, apontado como um dos líderes da facção criminosa Primeiro Comando Capital (PCC), foi criticada pelo governador de São Paulo, João Doria (PSDB), em coletiva de imprensa desta sexta-feira (16/10). Doria reclamou da concessão do habeas corpus pelo ministro Marco Aurélio Mello que determinou a soltura do traficante, exigindo novas investigações com custos milionários para capturá-lo.

“Me dá vontade de mandar a conta para o ministro”, disparou Doria contra Marco Aurélio. Segundo o governador, as estimativas são bde R$ 2 milhões gastos a cada 120 dias com as investigações. Os valores são para bancar custos com operação, pessoal e equipamentos. “A despesa para recuperar o fugitivo André do Rap representa para os cofres públicos de São Paulo R$ 2 milhões”, argumentou.

André do Rap está foragido desde sábado (10/10), após conseguir a liminar de soltura. Na determinação, o ministro Marco Aurélio sustenta que o traficante se encontrava preso desde o final de 2019 sem uma sentença condenatória definitiva e que, por isso, o limite legal previsto para uma prisão preventiva estava excedido. A medida, no entanto, foi derrubada em seguida pelo presidente do STF, Luiz Fux, o que provocou grande desconforto na Corte de Justiça.

Nesta quinta-feira (15/10), o STF decidiu, por nove votos a um, manter a ordem de prisão do traficante. O único voto contrário foi de Marco Aurélio, que sustentou a decisão da soltura pelo “respeito estrito ao arcabouço normativo legal e constitucional”. Disse, ainda, que não se sentia “em que pese as inúmeras críticas, no banco dos réus”, diante do posicionamento.

Em seu voto, Fux disse que havia elementos suficientes para manter o réu preso. “Trata-se de agente de altíssima periculosidade, conforme comprovado nos autos, condenado em segundo grau por duas vezes por tráfico de drogas”, ressaltou. Além dele, votaram pela prisão do traficante os ministros Alexandre de Moraes, Luís Roberto Barroso, Edson Fachin, Rosa Weber, Dias Toffoli, Cármen Lúcia, Ricardo Lewandowski e Gilmar Mendes.

 

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