CB.PODER

"Butantan é do Brasil, não criação minha", dispara Doria ao rebater Bolsonaro

Governador de São Paulo critica presidente em entrevista ao CB.Poder, após afirmações do mandatário sobre politizaçao de vacina chinesa

*Israel Medeiros
postado em 21/10/2020 18:08 / atualizado em 21/10/2020 20:34
 (crédito: Ana Rayssa/CB/D.A.Press)
(crédito: Ana Rayssa/CB/D.A.Press)

O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), afirmou nesta quarta-feira (21/10) que o Instituto Butantan é um patrimônio de todos os brasileiros e não se restringe ao estado que governa. Em entrevista ao CB.Poder — uma realização do Correio Braziliense e da TV Brasília — (assista abaixo), Doria comentou as críticas do presidente Jair Bolsonaro aos esforços de testagem e aprovação da vacina chinesa CoronaVac, da Sinovac Biotec.

Bolsonaro afirmou recentemente que Doria politizou o assunto da vacina ao afirmar que a vacina desenvolvida entre a empresa chinesa e o Instituto Butantan seria uma das primeiras administradas à população. O governador discorda.

"Não é verdade. Não foi essa a intenção e ele sabe disso. O Butantan, embora seja em São Paulo, é do Brasil. A totalidade das vacinas do H1N1, que foram aplicadas em 80 milhões de brasileiros este ano, foi produzida pelo Butantan. O que difere o Butantan da vacina contra a gripe do Butantan da vacina contra covid? É o mesmo instituto", defendeu.

"Prefiro a paz"

Doria também alegou que o Butantan não é criação sua, trata-se de uma instituição de renome internacional. "(O instituto) tem 120 anos. Eu não nasci há 120 anos, não criei o Butanta, não sou o dono. É uma instituição científica de renome internacional, o maior produtor de vacinas do Brasil e da América Latina. Quem politizou o assunto foi o presidente", afirmou.

Ele ainda lamentou que o presidente Bolsonaro continue se envolvendo em polêmicas e afirmou que prefere um estilo pacífico de governança. "Eu lamento que ele continue nessa beligerância. Ele gosta de uma briga, uma confusão. Quando não é com o governador, é com o Supremo, com o Congresso, com os chineses. É uma prática cotidiana. Prefiro a paz, agregar, somar e salvar vidas", arrematou.

*Estagiário sob a supervisão de Andreia Castro

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