Pandemia

'Venceu o Brasil', diz Doria sobre compra de vacina chinesa

Governador de São Paulo, desafeto do presidente Bolsonaro, comemorou a compra de 46 milhões de doses do imunizante produzido pela farmacêutica chinesa Sinovac. Doria agradeceu a participação do ministro Pazuello na operação

O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), comemorou na tarde desta terça-feira (20/10) a compra pelo Ministério da Saúde de 46 milhões de doses da vacina Coronavac, desenvolvida pela farmacêutica chinesa Sinovac, em teste com voluntários em São Paulo e que será produzida pelo Instituto Butantan.
Pelas redes sociais, o tucano escreveu: “Venceu o Brasil”. A publicação vem acompanhada de um vídeo, onde o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello comenta sobre a aquisição.

Em uma outra postagem, Doria cumprimentou Pazuello pela aprovação da aquisição.“Meus cumprimentos ao Ministro da Saúde Eduardo Pazuello pela aprovação da compra da vacina do Butantan contra a COVID-19. Um gesto correto para salvar vidas”.

Em vídeo, o governador disse também que a “aprovação feita foi uma vitória da vida, da solidariedade. Parabéns pela atitude, pelo posicionamento o Brasil precisa disso, de paz, de união, integração e a vacina para salvar os brasileiros”, concluiu.

O potencial imunizante contra o coronavírus está em fase final de estudos clínicos no Brasil e se mostrou totalmente seguro nos testes realizados desde o final de julho, segundo a assessoria de Doria. O acordo foi realizado durante reunião virtual entre o governador, o ministro Eduardo Pazuello e outros 23 chefes de estados brasileiros. A expectativa é comprar o produto até o final do ano, após registro na Anvisa e que a vacinação nacional possa iniciar em janeiro do próximo ano.

Vacina obrigatória

Na segunda-feira, em mais um dia de embate, Bolsonaro voltou a criticar Doria sobre a declaração acerca da obrigatoriedade da vacinação contra a covid-19 no estado. O presidente afirmou que a Constituição não prevê tal medida e que cabe a cada brasileiro decidir. O chefe do Executivo insistiu: “O meu ministro da Saúde já disse que não será obrigatória essa vacina e ponto final”, disparou.

Ao tucano, seu desafeto político, Bolsonaro chamou-o ironicamente de “médico do Brasil”. Ainda durante evento de anúncio do resultado de um estudo clínico sobre o novo coronavírus no Planalto, Bolsonaro repetiu que a imunização não será compulsória. Ele atacou indiretamente Doria, dizendo que o mesmo "está pensando em tudo, menos na saúde e na vida" e o acusou de levar terror à população.

O governador, por sua vez, disse que “o Brasil precisa de paz, amor e vacina para salvar os brasileiros. Entendo que a vacina deve ser aplicada a todos os brasileiros, para salvar a vida de todos”.

O tucano ainda rebateu a crítica de Bolsonaro. "Queria agradecer ao presidente Bolsonaro me qualificando como médico do Brasil. Eu confio nos médicos do Brasil, isso só me distingue, porque acredito na medicina e nos médicos e é isso que temos feitos nestes meses nas medidas de combate ao coronavírus e proteção às pessoas”, salientou.

Doria em Brasília

O governador João Doria desembarcará em Brasília nesta quarta-feira (21), quando participará de reuniões e visitará autoridades.

A previsão é de que pela manhã, Doria visite o Congresso, acompanhado pelo Secretário de Estado de Saúde, Jean Gorinchteyn; o Secretário Especial do Governo de SP em Brasília, Antonio Imbassahy; e o Diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas.

No começo da tarde, o governador e a comitiva participam de reunião com o Presidente da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), Antonio Barra Torres.

Por fim, Doria irá ao Supremo Tribunal Federal para uma audiência com o presidente da Corte, Luiz Fux, retornando no mesmo dia para a capital paulista.

O presidente Bolsonaro, por sua vez, estará em São Paulo, em visita às instalações do Centro Tecnológico da Marinha (CTMSP), em Iperó.