Um dia após o presidente Jair Bolsonaro defender a adoção do voto impresso, o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Luís Roberto Barroso, voltou a chamar a proposta de “retrocesso”. “As urnas eletrônicas são confiáveis. O problema delas é o custo”, declarou, ontem, durante o 8º Fórum Liberdade e Democracia, em Vitória (ES). “Temos 500 mil. Custam R$ 700 milhões. A cada eleição, temos de trocar 100 mil delas.”
Sem citar a fala de Bolsonaro, o ministro repetiu que a época de fraudes em apurações de votos foi superada no Brasil e reforçou sua posição favorável à adoção do voto distrital misto. No mês passado, o presidente do TSE já havia defendido as urnas eletrônicas — embora pondere sobre seu valor elevado — e a mudança do sistema eleitoral.
Para reduzir o gasto público com o sistema eleitoral, o TSE trabalha em torno de um projeto para possibilitar “eleições digitais”, de acordo com Barroso. “De preferência, utilizando o dispositivo móvel de cada um. Estamos estudando.”
Na live de quinta-feira, Bolsonaro disse que vai entregar ao Congresso, no ano que vem, uma proposta para alterar o sistema eleitoral. De acordo com ele, o governo federal quer apresentar uma sugestão para a volta do voto impresso. “Nós temos, sim, já está bastante avançado, o estudo (para propor o voto impresso). A gente espera, no ano que vem, entrar, mergulhar na Câmara e no Senado, para que a gente possa, realmente, ter um sistema eleitoral confiável em 2022”, afirmou.
O presidente opinou que “o voto impresso é a maneira que você tem de auditar, contar votos de verdade”. “Nós devemos, sim, ver o que acontece em outros países, e buscar um sistema que seja confiável por ocasião das eleições”, frisou.
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