O vice-presidente da República Hamilton Mourão disse, nesta segunda-feira (9/11), que o Orçamento de 2021 não deve ser votado neste ano. Ao ser questionado, em transmissão ao vivo promovida pelo banco Itaú, sobre a possibilidade de manter por mais um tempo o pagamento do auxílio emergencial, o general admitiu que não fechar 2020 com a Lei de Meios aprovada pode acarretar, também, a redução da nota do Brasil pelas agências de classificação de risco.
"Tudo indica que nós não vamos votar o Orçamento neste ano, o que será um problema e, provavelmente, vai levar a uma queda na nossa avaliação pelas agências de rating. E nós vamos ter o Orçamento só para abril do ano que vem. Ou seja: vamos ficar três, quatro meses, só podendo gastar 1/18 daquilo que está previsto, planejado para o Orçamento”, avisou. Mourão destacou que, até o momento, o Congresso não conseguiu “colocar em pé a Comissão Mista de Orçamento” – por conta, sobretudo, da disputa entre o Centrão e o grupo do deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ) pela sua sucessão na presidência da Câmara, cuja eleição será em 1º de fevereiro próximo.
Para Mourão, uma solução para o fim do auxílio emergencial seria ampliar o Bolsa Família e reduzir gastos em outras áreas. "Se quer dar uma solução, é o robustecimento de programas existentes e tirando de alguém. É o velho dilema da economia: canhão ou manteiga. Nós temos que decidir isso", afirmou.
Até o momento, o Congresso não votou a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2021, que antecede a votação da Lei Orçamentária Anual (LOA) - que é quando fica delimitado o orçamento do país para o próximo ano. A disputa pela presidência da Câmara também passa pelo cumprimento de um acordo, feito há meses, que entregava o comando da CMO para o deputado Elmar Nascimento (DEM-BA), quando o DEM ainda participava do Centrão. Com o desligamento dos democratas do agrupamento, o bloco que hoje apóia o presidente Jair Bolsonaro quer indicar para a presidência da comissão a deputada Flávia Arruda (PL-DF).
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