O procurador-geral da República, Augusto Aras, instaurou uma notícia de fato para apurar a presença de integrantes da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) na Cúpula do Clima das Nações Unidas, realizada no ano passado, em Madri, Espanha. A investigação preliminar tem como objetivo colher elementos para avaliar se foram cometidas ilegalidades no ato.
A abertura de investigação preliminar foi revelada pelo jornal O Estado de S.Paulo e confirmada pelo Correio junto a fontes na Procuradoria Geral da República (PGR). O presidente Jair Bolsonaro teria enviado quatro agentes da Abin na comitiva que foi credenciada para o evento. O papel deles seria monitorar integrantes da própria equipe brasileira, membros de organizações não-governamentais e, até mesmo, representantes de países estrangeiros.
Durante a viagem, os agentes teriam elaborado um relatório sobre críticas às políticas ambientais do Brasil e ao governo. As apurações estão a cargo do próprio gabinete do procurador Augusto Aras. Procedimento parecido foi aberto na Procuradoria da República do Distrito Federal (PRDF) e está sob responsabilidade do procurador federal dos Direitos do Cidadão, Carlos Alberto Vilhena.
Ele avaliou que "não existem justificativas plausíveis" para envio dos agentes, e que o governo não explicou adequadamente o caso. O PSol entrou com pedido para que sejam apuradas as responsabilidades dos ministros Augusto Heleno, chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), e Ernesto Araújo, do Ministério das Relações Exteriores. O partido aponta o cometimento dos crimes de improbidade administrativa e de responsabilidade por parte dos ministros.
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