Apoio nas urnas

Esquerda une forças no segundo turno das eleições municipais

Cenário é bem diferente da divisão que marcou a corrida presidencial de 2018. Nas capitais, até mesmo PT e PDT, que andavam distantes, estão lado a lado na reta final das disputas nos municípios

Jorge Vasconcellos
postado em 18/11/2020 21:57
Guilherme Boulos, candidato do Psol à prefeitura de São Paulo -  (crédito: NELSON ALMEIDA/AFP)
Guilherme Boulos, candidato do Psol à prefeitura de São Paulo - (crédito: NELSON ALMEIDA/AFP)

Os partidos de esquerda têm avançado na troca de apoios para o segundo turno das eleições municipais, em um cenário bem diferente da divisão que marcou a disputa presidencial de 2018. Nas capitais, até mesmo PT e PDT, que andavam distantes, têm unido forças para a reta final das disputas.

Em São Paulo, PT, PDT e PCdoB declararam apoio ao candidato Guilherme Boulos (PSOL), que disputa o segundo turno com o atual prefeito, Bruno Covas (PSDB). A adesão do PDT foi anunciada na tarde de ontem pelo presidente municipal do partido, Antônio Neto, após encontro com o líder nacional do PSOL, Juliano Medeiros.

Em Fortaleza, Sarto Nogueira (PDT) recebeu o apoio do PT, do PSOL e do PCdoB contra Capitão Wagner (Pros), candidato da preferência do presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Nogueira, por sua vez, é defendido pelo pré-candidato à Presidência Ciro Gomes (PDT).

Em Porto Alegre, a esquerda, no segundo turno, é representada pela candidata Manuela Dávila (PCdoB), que tem como vice o petista Miguel Rossetto. A chapa já conta com o apoio do PSOL, do PDT e da Rede.

No município de Vitória, o PSOL e o PCdoB declararam que vão trabalhar pela eleição de João Coser (PT), que disputa a prefeitura com Delegado Pazolini (Republicanos). Coser também está perto de receber a adesão do governador Renato Casagrande (PSB).

A disputa em Aracaju no segundo turno é entre o atual prefeito, Edvaldo Nogueira (PDT), e a delegada Danielle Garcia (Cidadania). O pedetista conta com o apoio do PT na tentativa de conquistar mais um mandato.

Desencontros

A união de forças entre os partidos de esquerda nas eleições municipais ocorre dois anos depois de desencontros ocorridos na disputa presidencial de 2018. Naquela ocasião, Ciro Gomes (PDT) negou apoio, no segundo turno, ao petista Fernando Haddad (PT), que acabou perdendo para Jair Bolsonaro, à época filiado ao PSL. Divergências regionais entre PT e PDT eram o pano de fundo da decisão Ciro, que havia sido derrotado no primeiro turno do pleito presidencial.

Recentemente, em um encontro intermediado pelo governador do Ceará, Camilo Santana (PT), Ciro se reuniu com o ex-presidente Lula em São Paulo. Após o encontro, o petista defendeu a formação de uma aliança de partidos de esquerda para enfrentar o presidente Bolsonaro nas eleições de 2022.

 

Notícias pelo celular

Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.


Dê a sua opinião

O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação