ELEIÇÕES 2020

Conheça alguns candidatos a vice-prefeito de capitais no 2º turno

Neste domingo, 57 cidades escolherão, além dos prefeitos, os vices. Em São Paulo, o número dois de Bruno Covas é alvo de denúncias de corrupção e violência doméstica

Thays Martins
postado em 29/11/2020 06:00
 (crédito: Facebook/ reprodução )
(crédito: Facebook/ reprodução )

Neste domingo (29/11), 57 cidades brasileiras vão escolher em segundo turno seus prefeitos. Mas além da prefeitura, os eleitores também estarão escolhendo os vice-prefeitos. Naturalmente, as atenções sempre estão voltadas para quem encabeça a chapa, porém, saber quem é o número dois no governo é extremamente importante, afinal em caso de renúncia, morte, cassação ou impeachment do titular, o vice assume. Na Presidência da República já vimos isso acontecer três vezes: José Sarney, Itamar Franco e Michel Temer. 

Conheça alguns dos candidatos 

São Paulo 

Na capital paulista, o pleito será decidido entre o atual prefeito, Bruno Covas (PSDB), e Guilherme Boulos (PSol). A vice-prefeitura está a cargo de dois conhecidos no meio político e que estão protagonizando a disputa na cidade. De um lado, está o vereador Ricardo Nunes (MDB) de outro está a deputada federal Luiza Erundina (Psol).

Ricardo Nunes é um dos principais alvos de críticas dos opositores de Covas. A campanha de Guilherme Boulos explorou do histórico do PSDB de deixar o cargo de prefeito para concorrer ao governo do estado para atacar o vice do atual prefeito. O vereador é alvo de denúncias de corrupção e violência doméstica. 

Em 2011, a mulher de Nunes, Regina Carnovale, o denunciou por violência doméstica, ameaça e injúria. Em um boletim de ocorrência, ela diz que ele a ameaçou e a ofendeu com palavrões. O registro teria sido depois de uma separação que durou sete meses. Na época, ela chegou a fazer uma postagem nas redes sociais em que dizia que tinha provas que o vereador batia nela. Ele nega as acusações e hoje a esposa dele também diz que não são verdadeiras.

Em entrevista, Covas chegou a dizer que Nunes devia explicações sobre o caso. Mas baixou o tom na última segunda-feira (23/11), em entrevista ao Roda Viva, da TV Cultura. "Não há uma denúncia sequer de agressão envolvendo o vereador Ricardo Nunes. Dez anos atrás, teve um desentendimento dele com a Regina, sua esposa, que continua como esposa”, afirmou.

Covas também defendeu a união entre as duas legendas: PSDB e MDB. "Foi importante alguém que representasse essa frente, um nome que não é apenas do MDB, mas de todos os partidos coligados que estão conosco. Volto a dizer, lamentável esse tipo de notícia, querer associar o Ricardo, uma pessoa que tem oito anos de serviços prestados à comunidade e reconhecidos na Zona Sul de São Paulo. Querer associar ele a uma pessoa agressiva é algo totalmente descabido em relação a um episódio que aconteceu entre ele e a atual esposa, dez anos atrás. E que ela mesmo já refutou, disse que não aconteceu nenhum episódio de agressão", afirmou ele na sabatina da CBN, na terça-feira (24/11).


Em 2019, uma outra polêmica envolveu o nome de Nunes. Uma empresa ligada à família dele, recebeu R$ 50 mil de creches que tinham convênio com a prefeitura em uma contratação sem licitação. Ao jornal Estado de S. Paulo, Nunes negou que tenha havido favorecimento e disse que os valores cobrados foram abaixo dos praticados em mercado.

Nunes ainda é alvo de uma investigação do Ministério Público do estado de São Paulo (MPSP) por indícios de superfaturamento em aluguéis de creches particulares com convênio com a prefeitura.

Ricardo Nunes, que tem 53 anos, está no segundo mandato como vereador de São Paulo. Ele é filiado ao MDB desde os 18 anos. Na Câmara Municipal, ele foi presidente da CPI da sonegação Tributária e foi relator do Orçamento Municipal e da Lei de Diretrizes Orçamentárias. Ele é advogado e empresário.

Ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Nunes declarou um patrimônio de R$ 4,8 milhões. 

Quem é a vice de Boulos?

Ex-prefeita de São Paulo e deputada federal, Luiza Erundina (PSol) foi escolhida para compor a chapa à prefeitura com Guilherme Boulos. Erundina tem uma longa carreira política, governou a cidade de São Paulo entre 1989 e 1992, pelo PT, partido que ajudou a fundar, e está no sexto mandato como deputada federal. Além disso, ela já foi vereadora, deputada estadual e ministra da Secretaria de Administração Federal no governo Itamar Franco.

Prestes a completar 86 anos, a idade de Erundina tem sido uma das principais críticas dos opositores. "Estou fazendo mal para alguém? Não estou. E quero que mulheres com a minha idade também se sintam assim, que sejam contagiadas pela minha vivência e vontade de seguir trabalhando. E, para aqueles que se sentem incomodados, desejo que tenham a sorte de chegar aonde cheguei com a energia e convicção que tenho. Sabe, se você perde seu projeto de vida, tudo perde o sentido. E meu projeto de vida não termina no meu tempo. Meu projeto é sonhar com outro futuro", afirmou ela, em entrevista à revista Marie Claire.

Luiza Erundina é formada em serviço social e mestre em ciências sociais. À frente da prefeitura de São Paulo, Erundina contou com nomes de peso. Paulo Freire foi o secretário de Educação; e Marilene Chauí foi secretária de Cultura. O programa de governo da parceria com Boulos pretende voltar muitos dos projetos da gestão passada. Porém, na época, a então prefeita não conseguiu levar suas principais propostas adiante por não ter maioria na Câmara Municipal.

Integrante do grupo de risco para a covid-19, Erundina foi às ruas na campanha deste ano em um Erundimóvel, um carro com placas de acrílico em referência ao papamóvel.

Luisa Erundina declarou ao TSE um patrimônio de R$ 1.470.815.

Rio de Janeiro 

Nilton Caldeira
Nilton Caldeira (foto: divulgação)

Na chapa do ex-prefeito Eduardo Paes (DEM) está Nilton Caldeira (PL). Nascido na Tijuca, ele é formado em administração. Na gestão pública, Caldeira foi secretário de Desenvolvimento Social, subsecretário de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia e subsecretário de Habitação no Rio, além de membro do Comitê Organizador dos jogos Pan-Americanos do Rio de Janeiro.

Ele declarou ao TSE  um patrimônio de R$ 548.668,26. 

Já Andréa Firmo (Republicanos) foi a escolhida para compor a chapa com Marcelo Crivella (Republicanos), que tenta a reeleição. A candidata é integrante das Forças Armadas e pediu licença do Exército para poder concorrer nas eleições deste ano. 

Andréa Firmo
Andréa Firmo (foto: reprodução)

No Exército, ela foi a primeira brasileira observadora da Organização das Nações Unidas (ONU) e comandou a base da força de paz da ONU no Saara Ocidental.

Devido ao uso da farda nas propagandas políticas, Andréa terá que enfrentar um processo administrativo dentro do Exército, segundo o jornal Estado de S. Paulo. Isso porque, o Estatuto dos Militares proíbe o uso de uniformes em manifestação político-partidária.

A candidata não declarou bens a Justiça Eleitoral. 

Recife 

João Campos e Isabella Rodolfo
João Campos e Isabella Rodolfo (foto: Rodolfo Loepert/ divulgação)

O filho do ex-governador Eduardo Campos tem como candidata a vice a ex-vereadora Isabella de Roldão (PDT). A pedetista de 45 anos nasceu no Recife e já foi candidata a vice-governadora de Pernambuco em 2018, na chapa de Maurício Rands (Pros). Além disso, ela já foi secretária de Habitação do Recife.

Apesar de já fazer parte da gestão PSB, Isabella já fez duras críticas ao partido. Em 2015, ela acusou o prefeito Armando Monteiro (PSB) de "ditadura" depois que ela foi retirada da Comissão de Educação, quando era vereadora. "Parece uma ditadura. Ninguém pode falar, que é perseguido.Mas eu não vou me calar", disse. Isabella é filha do ex-deputado estadual Roldão Joaquim e declarou um patrimônio de R$474.236,85 ao TSE. 

João Arnaldo
João Arnaldo (foto: Peu Ricardo/ DP )

Já a petista Marília Arraes fez uma aliança com João Arnaldo (PSol). Natural de Salgueiro (PE), o candidato é formado em direito e tem mestrado em desenvolvimento e meio ambiente pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Ele é servidor do Instituto Chico Mendes (ICMBio) desde 2012.

Na política, João Arnaldo já foi superintendente do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e secretário executivo de Desenvolvimento e Articulação Regional do estado.

“A escolha das coligações tem que passar por isso, a escolha do PT não foi pragmática, foi uma escolha por um desafio de buscar oposições. O PSOL foi um dos partidos que entendeu que esse movimento vai de encontro com nosso desafio atual, derrotar as forças do obscurantismo que, infelizmente, colocaram o país nesta situação que está hoje”, afirmou ele sobre a chapa com Marília Arraes.

João Arnaldo declarou R$ 586.861 à Justiça Eleitoral. 

Porto Alegre

Na chapa com Manuela D'Ávila (PcdoB) está um candidato do PT. Miguel Rossetto foi um dos fundadores do Partido dos Trabalhadores e tem longa carreira política. Em 1996, elegeu-se deputado federal e renunciou ao cargo para ser vice-governador do Rio Grande do Sul na gestão Olívio Dutra. Foi ministro do Desenvolvimento Agrário e presidente da Petrobras Biocombustíveis no governo Lula e ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República e Ministro do Trabalho e Previdência Social no governo Dilma Rousseff. Em 2018, ele concorreu ao governo do estado, mas terminou a disputa em terceiro lugar.

Miguel Rossetto
Miguel Rossetto (foto: Matheus Leandro/ CUT )


Rossetto é sociólogo e tem mestrado em políticas públicas pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). "Tenho muita identidade com a Manuela, que está preparadíssima para governar Porto Alegre. Vamos mostrar que é possível superar as dificuldades com um projeto novo, ousando ainda mais", diz ele.

O patrimônio de Rosseto declarado é de R$ 1.422.298,01. 

Ricardo Gomes
Ricardo Gomes (foto: twitter/ reprodução )

Ricardo Gomes (MDB), candidato a vice de Sebastião Melo (MDB), entrou na vida pública só em 2016, quando se elegeu vereador de Porto Alegre. Em 2017, foi secretário de Desenvolvimento Econômico, mas pediu demissão por discordar do aumento no IPTU.

Ele é formado em direito e tem pós-graduação em direito do trabalho e mestrado em história pela Universidade Francisco Marroquín, na Guatemala. Ele declarou ao TSE um patrimônio de R$ 111.150,51.

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    João Arnaldo Foto: Peu Ricardo/ DP
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    João Campos e Isabella Rodolfo Foto: Rodolfo Loepert/ divulgação
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