ELEIÇÕES MUNICIPAIS

Maguito Vilela: internado com covid-19 e inconsciente, candidato é eleito prefeito de Goiânia

Desde 15 de novembro, dia do primeiro turno das eleições municipais, Maguito está inconsciente, sendo tratado contra covid-19 em uma UTI

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BBC Geral
postado em 29/11/2020 20:29
Maguito Vilela (MDB), reeleito em Goiânia, está internado por causa da covid-19. Imagem de Vilela no hospital foi publicada há duas semanas nas redes sociais do próprio candidato -
Maguito Vilela (MDB), reeleito em Goiânia, está internado por causa da covid-19. Imagem de Vilela no hospital foi publicada há duas semanas nas redes sociais do próprio candidato -

Maguito Vilela (MDB) foi eleito prefeito de Goiânia neste domingo (29/11) com 52,6% dos votos, derrotando Vanderlan Cardoso (PSD), mas ele ainda não sabe disso.

Isso porque, desde 15 de novembro, dia do primeiro turno das eleições municipais, Maguito está inconsciente, sendo tratado contra covid-19 em uma UTI (Unidade de Terapia Intensiva) do Hospital Albert Einstein, em São Paulo.

Aos 71 anos, o emedebista testou positivo para covid em 20 de outubro, quando apresentava sintomas leves.

Antes disso, em agosto, ele havia perdido para o coronavírus, em menos de dez dias, duas irmãs: Nelita, de 82 anos, e Nelma, de 76.

Em uma semana, o quadro de saúde do político se agravou muito. Maguito atingiu nível crítico de oxigenação, com até 75% dos pulmões comprometidos pelo vírus, e foi transferido, por decisão da família, de um hospital em Goiânia para o Albert Einstein.

No dia 30 de outubro, precisou ser intubado pela primeira vez devido à insuficiência respiratória. Desde então, seu quadro variou bastante.

Após uma melhora, o tubo foi retirado em 8 de novembro e o candidato estava acordado e consciente, respirando por conta própria. Isso durou até 15 de novembro, quando Maguito acordou mais ofegante que o normal, com dificuldades para respirar.

O então candidato foi posto para dormir naquele dia ainda sem saber que passaria para o segundo turno das eleições em primeiro lugar, ao lado de Vanderlan Cardoso, derrotado neste domingo.

Segundo boletim médico divulgado pelo Einstein neste domingo à tarde, Maguito "encontra-se traqueostomizado, sedado e conectado a ventilação mecânica com parâmetros satisfatórios de oxigenação".

A traqueostomia foi adotada desde o dia 17 de novembro, para proteger o sistema respiratório do político, já que a intubação prolongada gera riscos, como lesões na garganta e prejuízo às cordas vocais.

Conforme o hospital, o estado de saúde do emedebista é grave, mas estável, e ele passa por hemodiálise (filtragem do sangue através de aparelhos, quando o rim doente não pode fazer essa função sozinho) contínua.

Segundo a assessoria de imprensa da campanha de Maguito, ele seguia inconsciente neste domingo.

Sem previsão de alta

Com Maguito fora de cena desde 18 de outubro, quando começou a apresentar sintomas da doença, seu filho Daniel Vilela, presidente do MDB de Goiás e vice-presidente nacional da legenda, assumiu o protagonismo da campanha, disputando a atenção com o candidato a vice pastor Rogério Cruz (Republicanos).

Antes de ser eleito prefeito de Goiânia, Maguito teve longa trajetória política. Foi vereador em Jataí (GO), deputado estadual, deputado federal constituinte, vice-governador e governador de Goiás, senador e por duas vezes prefeito de Aparecida de Goiânia (GO).

Em 2007, foi nomeado pelo então ministro da Fazenda, Guido Mantega, como vice-presidente do Banco do Brasil. Ao lado do filho, foi citado nas delações de executivos da Odebrecht, sob acusação de ter recebido R$ 1,5 milhão em caixa dois para campanha.

À época, tanto ele quanto o filho negaram as acusações e disseram desconhecer os delatores.

Segundo informações do UOL, Maguito não tem qualquer previsão de alta. Aos familiares, os médicos dizem que o candidato deve passar boa parte de dezembro sedado. Depois disso, seguirá na UTI por algum tempo.

Ainda segundo o portal, citando juristas, caso o político continue internado até 1º de janeiro, toma posse o vice-prefeito e Maguito assumiria após sua recuperação. Em caso de falecimento do eleito entre o fim da disputa e o dia da posse, o vice também assume.


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