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Desmatamento: Mourão passa a sobrevoar a Amazônia com embaixadores

Governo levará embaixadores para sobrevoos na Amazônia, a partir de hoje, com o objetivo de mostrar que tem trabalhado na redução de danos ao bioma. Hamilton Mourão admite a dificuldade de reverter as estatísticas de desmatamento

Na tentativa de amenizar as críticas contra o Brasil pelas queimadas na região da Amazônia, o governo federal dará início, hoje, a uma série de voos sobre a floresta com embaixadores. Lideradas pelo vice-presidente da República e presidente do Conselho Nacional da Amazônia Legal, Hamilton Mourão, as viagens sobre o bioma se estenderão até sexta-feira, e a comitiva com os diplomatas deve passar por trechos da floresta no Amazonas e em Roraima.

Mourão se esforça para melhorar a imagem do país em relação à proteção da Amazônia. Ele foi alertado que a fama de desmatador que o país ganha no exterior pode resultar, em breve, em perdas econômicas severas. Em um vídeo apresentado, ontem, aos embaixadores que participarão da missão, o vice-presidente disse que ficará claro que o governo, assim como os diversos órgãos públicos, fazem seu papel para reduzir danos na floresta e monitorar todo o espaço.

Além de Mourão, os ministros do Meio Ambiente, Ricardo Salles; da Agricultura, Tereza Cristina; e do Gabinete de Segurança Institucional, Augusto Heleno, participarão da viagem. Doze diplomatas devem acompanhar a comitiva presidencial, representando África do Sul, Espanha, Peru, Colômbia, Canadá, Suécia, Alemanha, Reino Unido, França, Portugal e a União Europeia e da Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA).

Ontem, Mourão promoveu a última reunião do ano do Conselho Nacional da Amazônia Legal, que contou com a participação de 16 dos 23 ministros do governo Bolsonaro. O general reconheceu que não será fácil mudar as atuais estatísticas de desmatamento tanto da Amazônia quanto de outros biomas, mas disse que o Executivo atua para reverter o cenário. Segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), a Amazônia já registrou 93.979 focos de calor desde o início do ano, 25% a mais do que o mesmo período do ano passado.

Persistência

“A gente não pode olhar apenas o Meio Ambiente pelo viés de preservação de território. O Brasil tem 64% de seu território preservado, e na Amazônia chega a 84%. Gostaria de dar um resultado melhor, não logramos, até o presente momento, mas vamos persistir”, garantiu o vice-presidente.

Segundo Mourão, o sobrevoo pela Amazônia será uma boa oportunidade para mostrar à comunidade internacional que a floresta continua “pujante e preservada” e que a complexidade ambiental do bioma não permite entendimento “equivocado e genérico” da região.

“Eu vou mostrar aquilo que não está bom. E como eu não posso pousar em todos os lugares, nós vamos sobrevoar a região da BR-163, onde nós sabemos que existem cicatrizes de queimadas, áreas de desmatamento e áreas de garimpo ilegal. Nós vamos passar por cima desses locais. Sobrevoar de modo que os embaixadores vejam o que está acontecendo.”