Na tentativa de destravar as relações com países vizinhos, que estavam abaladas por tê-los relegado ao segundo plano diplomático, Jair Bolsonaro viajou a Foz do Iguaçu (PR) para encontrar o presidente paraguaio, Mario Abdo Benítez, e visitar obras da segunda ponte entre Brasil e Paraguai. O presidente enalteceu a relação entre os dois países, que caracterizou como um “casamento perfeito”. Conforme destacou, a relação passou de vizinhança para irmandade.
“Aqui temos um casamento perfeito: Brasil, Paraguai, Paraná. O nosso excelente relacionamento só pode produzir frutos como esse. É orgulho para todos nós estarmos participando dessa obra de integração Brasil-Paraguai. O Paraguai não é nosso vizinho, é nosso irmão. Estou muito honrado, ‘Marito’, em mais uma vez, comparecer aqui e te encontrar aqui”, salientou, em companhia do governador paranaense, Ratinho Júnior (PSD).
Os dois visitaram a segunda ponte em construção na fronteira sobre o rio Paraná, cuja pedra fundamental foi lançada em maio do ano passado. A cargo do Brasil, a obra está sendo custeada pela margem brasileira da empresa Itaipu Binacional, e vai ligar Foz à cidade paraguaia de Puerto Presidente Franco. O investimento será de R$ 463 milhões, considerando obras da estrutura, desapropriações e a construção de uma perimetral no lado brasileiro, que ligará a ponte à BR-277.
“Passados mais de 55 anos desde a inauguração da Ponte da Amizade, nosso governo está construindo uma nova ponte internacional com o Brasil que ligará as cidades de presidente Franco e Foz do Iguaçu e impulsionará a economia da Tríplice Fronteira”, publicou Abdo em sua conta no Twitter.
Bolsonaro ressaltou que o Brasil deseja vizinhos “fortes”. “O que nós queremos: vizinhos fortes, vizinhos que possam cada vez mais somar conosco, sempre com um grande ideal pela frente tendo como ideal democracia e liberdade”, observou, aproveitando para, depois, em seu Twitter, alfinetar os governos anteriores, acusando que “os investimentos eram diluídos, quase todos, em ações que não deixavam legado”.
Distensão
O encontro com Abdo Benitez veio 24h depois de Bolsonaro ter se reunido, por videoconferência, com o presidente Alberto Fernandez, em um movimento de distensionamento com o governo da Argentina. O presidente apoiou a reeleição do então presidente Maurício Macri e, com a vitória do peronista –– cuja vice-presidente é Cristina Kirchner –– chegou a dizer que os “os argentinos escolheram muito mal” e lamentou o resultados das urnas. Para piorar, à posse de Fernandez quem compareceu foi o vice-presidente Hamílton Mourão.
A reunião entre Bolsonaro e Fernandez deu-se por causa do Dia da Amizade entre os dois países, celebrado em 30 de novembro, porém, neste ano, comemora-se o 35º aniversário da reunião entre os presidentes José Sarney (Brasil) e Raúl Alfonsín (Argentina) –– em Foz do Iguaçu, em 1985 –– que lançou as bases para a criação do Mercosul. Na ocasião, porém, o presidente disse que “o Mercosul é o principal pilar de integração” e pediu a geração de “mecanismos mais ágeis e menos burocráticos” no comércio entre os dois países, além do aprofundamento do turismo. O presidente argentino, em sinal de boa vontade, pediu para deixar “as diferenças no passado e enfrentar o futuro com as ferramentas que funcionam bem entre nós, para realçar todos os pontos de concordância”.
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