Corona vírus

Mourão infectado pelo vírus

Vice-presidente anunciou na noite de ontem que cumprirá isolamento no Palácio do Jaburu. Até o momento, 14 ministros do governo Bolsonaro contraíram covid-19. Presidente diz, agora, ter pressa para a chegada da vacina

Jorge Vasconcellos
Maria Eduarda Cardim
postado em 28/12/2020 00:04

O vice-presidente da República, Hamilton Mourão, testou positivo para covid-19, na tarde de ontem. A informação foi prestada, através de uma nota, por sua assessoria, que acrescentou que ele permanecerá em isolamento na residência oficial do Jaburu. A nota oficial divulgada pela equipe do vice não faz menção sobre o quadro de saúde atual do vice-presidente nem cita datas de eventuais surgimentos de sintomas antes do diagnóstico. Diferentemente da postura adotada pelo presidente Jair Bolsonaro, Mourão costuma comparecer a eventos públicos utilizando máscara de proteção facial, como recomendam as autoridades sanitárias.

Esta é a segunda vez que Hamilton Mourão parte para um isolamento. Em maio, após ter contato com um servidor infectado pelo novo coronavírus, ele ficou recolhido até realizar o teste que deu negativo para a doença. Até agora, 14 ministros do governo Bolsonaro contraíram o novo coronavírus.

Um dia depois de afirmar que “não dava bola” para o fato de o Brasil estar atrasado na vacinação contra a covid-19, o presidente Bolsonaro utilizou as redes sociais para dizer, agora, que tem pressa para adquirir um imunizante contra a doença. “Temos pressa em obter uma vacina, segura, eficaz e com qualidade, fabricada por Laboratórios devidamente certificados. Mas a questão da responsabilidade por reações adversas de suas vacinas é um tema de grande impacto, e que precisa ser muito bem esclarecido”, escreveu o presidente.

Ele também procurou afastar as acusações de que a agência reguladora atua politicamente. “A Anvisa é uma Agência de Estado, não de Governo. Sua atuação é independente e reconhecida no mundo todo, pela excelência do trabalho dos seus servidores”, assegurou. Segundo Bolsonaro, o “presidente da República, caso exercesse pressões pela vacina, seria acusado de interferência e irresponsabilidade”.

Pazuello

Em entrevista à TV Brasil, o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, reiterou que o início da vacinação no país deve ocorrer no final de janeiro, com a possibilidade de uso de imunizantes em caráter emergencial. Ele também garantiu que a vacina será distribuída igualitariamente dentro da proporcionalidade dos estados, independentemente da quantidade comprada. “Todos os estados receberão a vacina simultaneamente dentro da proporção de população”, afirmou. (Com Agência Estado)

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mortes por covid-19 foram registradas pelo Ministério da Saúde nas últimas 24 horas. Também foram somadas 18.479 novas infecções. Segundo o MS, o Brasil contabiliza 7.484.285 diagnósticos positivos e 191.139 mortos pela doença.

 

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Curtindo a covid adoidado

 (crédito: Reprodução/Verdinho)
crédito: Reprodução/Verdinho

Pagodes, raves e outros eventos com aglomeração se multiplicam no país e desafiam das restrições impostas nos estados contra o avanço da pandemia do novo coronavírus. Um congestionamento de jatinhos no litoral sul da Bahia, por exemplo, foi um dos episódios mais marcantes do fim de semana em que o Brasil ultrapassou a marca de 190 mil mortes provocadas pela covid-19.

Diversos acontecimentos dos últimos dias demonstraram que o reforço das medidas restritivas em diferentes partes do país poderá não ser suficiente para conter uma explosão de contaminações pela doença durante as celebrações de fim de ano. No sábado, o aplicativo de rastreamento de voos Flight Radar 24 registrou uma alta movimentação de jatinhos na costa sul da Bahia. As aeronaves tinham como destino os aeroportos de Porto Seguro, Trancoso, Ilha de Comandatuba e Ilhéus. Somente no final da tarde daquele dia, eram mais de 15 aviões executivos se dirigindo à região.

Segundo o Aeroin, site especializado em aviação, apesar de o aumento do tráfego aéreo na região ser comum nessa época do ano, o observado, em 2020, surpreendeu, com várias aeronaves tendo que orbitar, aguardando a liberação do pátio para fazer o pouso. O motivo do forte tráfego, explicou o site, pode ser a impossibilidade de viagem ao exterior para os donos dos jatinhos, devido às restrições impostas em vários países contra o avanço da pandemia.

Em São Paulo, onde o governo local reclassificou todo o estado para a fase vermelha, a mais restritiva do plano de contingência para a pandemia, também houve vários eventos com aglomeração. Na cidade litorânea de São Vicente, uma multidão participou do Pagode da Covid, uma festa de rua no bairro Tancredo Neves, na periferia da cidade. Com muita gente sem máscara, a agitação começou no início da noite de sexta-feira e terminou na manhã de sábado. A música alta incomodou os vizinhos. A Polícia Militar foi acionada, mas as viaturas não conseguiram chegar ao local devido à aglomeração.

Também em São Paulo, um evento batizado como Epidemia Trance, em Ribeirão Preto, teve a realização proibida por agentes da Guarda Civil Metropolitana, da Polícia Militar e da Vigilância Sanitária. A rave clandestina estava programada para acontecer entre a tarde de sábado e a noite de domingo, em uma chácara no Recreio das Acácias, zona sul da cidade. No local, uma lona decorativa com o nome Epidemia estava instalada no palco onde os DJs se apresentariam.

Segundo a Guarda Civil Metropolitana, os agentes encontraram cerca de 500 pessoas na chácara e descobriram que o evento estava programado para receber mais de 1,5 mil convidados. O órgão informou que os responsáveis pela rave poderão ser acusados de crime contra a saúde pública. (JV)


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