O presidente Jair Bolsonaro afirmou, nesta quarta-feira (6/1), que o país possui seringas suficientes para os primeiros dois milhões de doses da vacina de Oxford contra a covid-19. "Nós fizemos um leilão, e o preço foi lá pra cima. Então, nós suspendemos. Agora, temos seringas suficientes para as primeiras duas milhões de doses que estão para chegar. Agora, se a gente compra o preço lá em cima, a imprensa ia me acusar de ser corrupto e com o preço superfaturado. Então, foi suspenso", declarou a apoiadores, na entrada do Palácio da Alvorada. "E o Brasil, se eu não me engano, é o terceiro maior fabricante de seringas. Então, não tem problema. Fazem uma onda, a imprensa chama de inconsequente, irresponsável, não tem planejamento, é a imprensa canalha de sempre que tá aí",disparou.
Bolsonaro não poupou ataques à imprensa. "Quer que eu acabe com a covid no Brasil? É eu arranjar uns R$ 3 bilhões de estatais de bancos oficiais para a imprensa, e a imprensa me bota lá em cima. Vou ser o cara mais bonito do Brasil, o melhor presidente, não o pior, né? Ó, me elegeram o homem mais corrupto do mundo. Vocês viram só? Um grupo de jornalistas. Que moral tem jornalista para montar esse bando e me eleger? Não tem nenhuma acusação de corrupção no governo, nenhuma", rebateu.
O chefe do Executivo repetiu que não fará compras de seringas acima do preço. "Vamos comprar seringas superfaturadas para satisfazer a imprensa?", questionou.
Mais cedo, por meio das redes sociais, Bolsonaro voltou a se posicionar sobre a aquisição dos insumos. Ele disse que o Ministério da Saúde suspendeu a compra de seringas a serem utilizadas na vacinação contra a covid-19 "até que os preços voltem à normalidade". De acordo com o mandatário, como houve interesse da pasta "em adquirir seringas para seu estoque regulador, os preços dispararam".
"Estados e municípios têm estoques de seringas para o início das vacinações, já que a quantidade de vacinas, num primeiro momento, não é grande", escreveu em suas redes sociais. Na verdade, no fim do ano, o pregão aberto pelo Ministério da Saúde para compra de seringas e agulhas foi um grande fracasso, pois precisava de 331 milhões de unidades, e teve oferta para apenas 7,9 milhões. "Os fabricantes informaram que não houve interessados porque o preço pago pelo governo está muito abaixo do mercado", escreveu.
O governo também zerou o imposto sobre importação de agulhas e seringas, após pedido da pasta da Saúde.
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