Com dois líderes governistas e largando em segundo na campanha pela Presidência do Senado, o MDB caminha na corda bamba para viabilizar um representante que faça frente a Rodrigo Pacheco (DEM-MG), candidato do atual comandante da Casa, Davi Alcolumbre (DEM-AP). Membros do partido têm demonstrado insatisfação com sinalizações de que o governo apoiaria o parlamentar mineiro, e não um nome da legenda, que luta para recuperar a direção do Senado. A cobrança por apoio, porém, pode sair pela culatra. Com Fernando Bezerra (MDB-PE) como representante de Bolsonaro na Casa, e um dos quatro viáveis a participar da corrida eleitoral, há quem duvide da independência da legenda.
O Correio apurou que Bezerra deve se reunir com representantes do governo, hoje, para discutir esse apoio. Além do líder governista, se apresentam como candidatos viáveis do partido à Presidência Simone Tebet (MS), Eduardo Braga (AM) e Eduardo Gomes (TO) — líder do Executivo no Congresso. A sigla tenta fechar acordo com o PSDB e o Podemos para construir uma maioria e ultrapassar Pacheco — o parlamentar já conta com o PSD, segunda maior bancada da Casa, e também tem favoritismo na oposição, que não quer o MDB à frente da Câmara e do Senado ao mesmo tempo. Mas, as conversações só ocorrerão após o dia 15 e o partido tendo definido um nome para entrar na corrida eleitoral.
Senadores emedebistas mais antigos pedem um arranjo harmônico entre os postulantes à Presidência para que a legenda se organize, já que o candidato concorrente está definido. O grupo vê como provável o apoio do PSDB e do Podemos, que, somados ao MDB, já garantiriam 29 votos. Pacheco teria 15 garantidos.
Bezerra disse que há união no partido. “O MDB está unido e, na próxima semana, define o nome para a sucessão de Davi (Alcolumbre). A nossa expectativa é de que o governo se mantenha equidistante desse processo”, afirmou.
Eduardo Braga seguiu a mesma linha. “A relação com o governo é de independência, harmonia, como tem sido desde o início. O MDB atua para ajudar o Brasil. Não tem cargo no governo e não está postulando cargos no governo. Queremos o bem do país e apoiaremos as pautas importantes. Temos compromisso”, enfatizou.
Líder em exercício do PSDB, o senador Izalci Lucas (DF) destacou que o partido conversa com o Podemos, procura o Cidadania e já tem bloco com o PSL. Com o último partido, os sociais-democratas contabilizam nove votos. Com as outras duas legendas, o total sobe para 22. Mas, ressaltou ele, a independência da Casa é fundamental. “Defendemos a proporcionalidade, que volte ao regimental, democrático. O maior partido é o MDB. Cabe a eles dizerem, primeiro, quem é o candidato”, afirmou. “Precisamos que o Senado tenha uma independência. Não podemos ser a Casa carimbadora, sem autonomia. Vamos discutir essa questão depois do dia 15. Estamos conversando com todos. Esperamos que decidam quem é o candidato para que a gente possa avaliar.”
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