COVID-19

Bolsonaro: "Pazuello é excepcional. É a pessoa certa, no lugar certo"

Defesa ocorre um dia após o ministro da Saúde ter sido criticado por declaração polêmica sobre as datas de imunização contra a covid-19. "Vacina vai começar no dia D, na hora H, no Brasil", disse, sem citar um cronograma real

Ingrid Soares
postado em 12/01/2021 17:59 / atualizado em 12/01/2021 17:59
 (crédito: facebook)
(crédito: facebook)

Um dia após o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, ter sido criticado por declaração polêmica sobre as datas de vacinação contra a covid-19, afirmando que a “vacina vai começar no dia D, na hora H, no Brasil”, sem citar um cronograma real, o presidente Jair Bolsonaro saiu em defesa do chefe da pasta. Nesta terça-feira (12/01), ao conversar com apoiadores na saída do Palácio do Alvorada, o mandatário ressaltou que o general é “excepcional e está no lugar certo”.

“Pazuello é uma pessoa excepcional. É a pessoa certa, no lugar certo. Se tivesse um [Luiz Henrique] Mandetta lá, até hoje, esse marqueteiro da Globo estava recomendado ficar em casa e 'só vai para o hospital quando tiver falta de ar'. E ele continua, agora, tendo espaço na TV funerária, na capa da revista IstoÉ. O médico, a cara do jegue lá, olhando para o pasto assim”, ironizou.

Bolsonaro também atribuiu o aumento das mortes por covid-19 em Manaus por falta de tratamento precoce. O presidente contou à claque que precisou intervir na cidade, e voltou a defender o uso de medicamentos sem comprovação científica como ivermectina e cloroquina no surgimento inicial de sintomas do novo coronavírus.

“Olha o que estava acontecendo em Manaus agora. Vamos falar Amazonas porque Amazonas se resume, em grande parte, a Manaus. São poucas cidades lá. Mandamos ontem [segunda-feira] o nosso ministro da Saúde [general Eduardo Pazuello] para lá. Estava um caos. Não faziam tratamento precoce", disse.

"Aumentou assustadoramente o número de mortes. E mortes, pessoal, por asfixia porque não tinha oxigênio. O governo estadual e municipal deixou acabar oxigênio. É morrendo asfixiado. Imagine você, morrendo afogado. Fomos para lá e ele interferiu. Estão falando já que [o ministro] interferiu. Então vai deixar o pessoal morrer?", questionou.

Sem comprovação científica

Em um ofício enviado à secretária de Saúde de Manaus, Shadia Hussami Hauache Fraxe, o Ministério da Saúde pressiona a gestão municipal a utilizar medicamentos antivirais orientados pelo Ministério da Saúde contra a covid-19.

A Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI) já afirmou que não há comprovação de eficácia das medicações citadas acima no tratamento contra a covid-19. Em novembro, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) apontou que as substâncias mencionadas são indicadas apenas para o tratamento dos males e sintomas especificados na bula.

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