COVID-19

Essa vacina de 50% é boa ou não?, ironiza Bolsonaro sobre CoronaVac

Presidente disse que, agora, a população "está vendo a verdade" sobre os imunizantes contra covid-19. Ele afirmou, porém, que a decisão sobre o uso das vacinas passa pela Anvisa

Ingrid Soares
postado em 13/01/2021 12:12 / atualizado em 13/01/2021 12:13
 (crédito: Fábio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)
(crédito: Fábio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)

O presidente Jair Bolsonaro ironizou a eficácia de 50,38% da vacina CoronaVac nesta quarta-feira (13/1). A apoiadores na saída do Palácio da Alvorada, o chefe do Executivo questionou: “Essa de 50% é uma boa ou não?” O mandatário emendou que tem "apanhado" com as críticas, mas que a população, agora, "está vendo a verdade" sobre os imunizantes contra covid-19. Ele ressaltou, porém, que a decisão sobre o uso das vacinas passa pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

“O que eu apanhei por causa disso, agora estão vendo a verdade. Estou há uns quatro meses apanhando por causa da vacina. Entre mim e a vacina tem a Anvisa. Eu não sou irresponsável. Não estou a fim de agradar quem quer que seja. É a vacina que passar pela Anvisa, seja qual for. Passou por lá… Já assinei um crédito de R$ 20 bilhões para comprar isso”, apontou.

A uma apoiadora que alegou que tomaria o imunizante apenas depois que ele próprio recebesse a dose, o presidente rebateu: “Eu já sou infectado”.

Na terça, após questionamentos sobre a eficácia da vacina CoronaVac anunciada na última semana pelo Instituto Butantan e pelo governo de São Paulo, foi divulgado que a eficácia global do imunizante contra a covid-19 é de 50,38%. Na semana passada, o governo estadual e o instituto paulista anunciaram uma eficácia de 78% para casos leves e 100% para casos graves. Os números, entretanto, são recortes do estudo. Ao observar toda a amostra, chega-se à eficácia geral, principal indicador da pesquisa e cujo número é menor.

Desta forma, os números mostram que a vacina reduz pela metade o risco de desenvolver a doença, mesmo em casos muito leves (que não precisam de atendimento médico). O índice atende à eficácia mínima recomendada pela Organização Mundial de Saúde (OMS), que é de 50%. O governo paulista ainda cobrou das autoridades do país a aprovação do uso emergencial das seis milhões de doses do imunizante que já estão prontas para o uso.

Ford

O presidente também comentou sobre a medida da Ford em fechar as fábricas da montadora no Brasil. Bolsonaro repetiu que o governo concedeu bilhões em renúncia fiscal.

“Veja: reclamaram da fábrica da Ford. Ora, foram dezenas de bilhões de reais para esse pessoal que não… Em renúncia fiscal, né. Um parlamentar está batendo muito em mim. Disse que tem imprevisto, que fechou uma empresa com 5 mil funcionários. Lamento, né, mas eu não ia continuar bancando dinheiro de vocês para a fábrica", justificou.

Segundo ele, "essa fábrica aí fechou por causa de concorrência, não tem mais subsídio nosso, e o que ela fabricava aqui não era mais rentável para ela. Agora ela vai embora”, completou.

Lockdown

Por fim, o mandatário criticou o lockdown, citou medidas adotadas pelo governo em meio à pandemia, como o auxílio emergencial, e destacou que foi o único a tentar manter empregos no Brasil. "Estão vendo agora, está chegando a fatura aí".

“Eu segurei milhões de empregos com aquelas medidas de ajuda aí, via Pronampe, via até auxílio emergencial para o pessoal não entrar em desespero, porque os informais perderam tudo. E eu fui o que mais, o que mais não, acho que o único que fez aqui, realmente, para manter empregos no Brasil. O resto fechou. Fecha e fica em casa, e a economia a gente vê depois. Estão vendo agora, está chegando a fatura aí”, concluiu.

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