CONGRESSO

Tebet e Pacheco recebem apoios na corrida pela presidência do Senado

Senadora do MDB recebeu, nesta quarta-feira (13/1), adesões do Podemos, Cidadania e de dois parlamentares do PSDB; já o senador do DEM conseguiu uma aliança com o PP

Jorge Vasconcellos
Wesley Oliveira
postado em 13/01/2021 18:11 / atualizado em 13/01/2021 21:06
 (crédito: Roque Sá/Agência Senado)
(crédito: Roque Sá/Agência Senado)

Menos de 24 horas após ser oficializada como candidata do MDB à presidência do Senado, a senadora Simone Tebet (MS) deu passos importantes na busca por alianças com outras forças políticas. Nesta quarta-feira (13/01), ela recebeu apoios das bancadas do Cidadania, com 3 senadores, e do Podemos, com 9. Presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, Tebet também conseguiu as adesões dos senadores José Serra (PSDB-SP) e Mara Gabrilli (PSDB-SP), o que pode abrir caminho para a conquista de todos os 7 votos tucanos na Casa.

O Podemos tomou a decisão por maioria, mas nem todos os senadores da legenda garantiram votos à parlamentar de Mato Grosso do Sul. Marcos Do Val (ES) e Romário (RJ) teriam a tendência de apoiar Rodrigo Pacheco (DEM-MG), candidato do atual presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), e que tem a simpatia do Palácio do Planalto.

O líder do Podemos no Senado, Álvaro Dias (PR), divulgou nota afirmando que a decisão foi tomada após a bancada discutir e refletir sobre os compromissos assumidos por Tebet, incluindo a independência dos Poderes e a governabilidade. O comunicado acrescenta que, "como sempre, a bancada respeitará eventuais opiniões divergentes dos seus senadores".

Simone Tebet foi escolhida candidata do MDB na terça-feira (12/01), após uma disputa interna com outros três colegas de partido. Seu nome foi considerado o mais viável para atrair alianças com legendas não alinhadas ao governo. A decisão do MDB foi interpretada, no meio político, como uma reação ao aval do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) à candidatura de Rodrigo Pacheco. A eleição está marcada para 1º de fevereiro.

Maior bancada do Senado, o MDB conta com 15 senadores e trabalha para conseguir os votos de 7 parlamentares do Podemos (de um total de 9), 3 do Cidadania, 7 do PSDB e também 2 do PSL. Essas alianças garantiriam 34 apoios. Para vencer a eleição em primeiro turno, o candidato deve receber, no mínimo, 41 votos, entre os 81 parlamentares da Casa.

O senador José Serra anunciou a decisão de apoiar a candidata do MDB pelas redes sociais. "Declaro meu apoio à senadora Simone Tebet para a Presidência do Senado Federal. Renovar é preciso e estou certo de que sua eleição será um grande avanço. À frente da CCJ, Simone nos mostrou seriedade, firmeza e espírito democrático. Agora, vamos elegê-la a 1ª mulher Presidente do Senado!", escreveu o senador paulista.

Mara Gabrilli também anunciou o apoio a Tebet nas redes sociais. "Colegas senadores, vamos eleger @SimoneTebetms à presidência do Senado. Independência dos poderes e harmonia, sem polarização. Simone representa renovação, seriedade, diálogo, além de valorizar a força da mulher na política", escreveu Gabrilli.

Já a bancada do Cidadania decidiu por unanimidade aderir à campanha de Tebet. O partido conta com três representantes no Senado: Jorge Kajuru (GO), Eliziane Gama (MA) e Alessandro Vieira (SE). Kajuru abriu mão da candidatura própria em favor da senadora sul matogrossense.

Também em busca de votos, Rodrigo Pacheco (DEM,-MG) conquistou ontem o apoio do Progressistas, que conta com 7 senadores.

“Acreditamos que o senador Rodrigo Pacheco se identifica com os anseios progressistas de unificar o Senado Federal em torno de projetos que vão garantir a retomada do crescimento econômico do país pós-pandemia e as reformas de que o Brasil precisa”, afirmou o senador Ciro Nogueira (PI), presidente nacional do PP.

A depender dos apoios partidários, Pacheco está mais próximo da cadeira da presidência que Simone Tebet. O democrata já conta com o aval de oito bancadas, que, juntas, somam 38 senadores. Porém, como a votação será secreta e é grande a ofensiva dos candidatos junto aos parlamentares, há chances de traições em ambos os lados em disputa.

Além do PP e do DEM, PSD, PROS, PT, Republicanos, PSC e PL, o PDT também estuda embarcar na candidatura de Pacheco. A sigla conta com 3 senadores, mas aguarda a sinalização de outras siglas da oposição como Rede e PSB para fecharem um acordo.

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