O Estado brasileiro tem ferramentas suficientes para combater os crimes ambientais, mas falta a comunicação entre esses órgãos. O diagnóstico é de Rafael Costa, diretor-geral do Centro Gestor e Operacional do Sistema de Proteção da Amazônia (Censipam), em entrevista, ontem, ao CB.Poder –– uma parceria entre o Correio Braziliense e a TV Brasília. O órgão, conforme disse, serve para suprir essa lacuna. “Temos a função de coordenar, integrar e utilizar esses recursos para proteger a floresta”, salientou Costa.
Ele observou que o Censipam foi criado para coordenar e integrar as ações do governo na Amazônia e, inicialmente, estava integrado ao Sistema de Vigilância da Amazônia (Sivam) com radares meteorológicos, estações de níveis e quantidade de água nos rios, radares de vigilância aérea e estações meteorológicas de superfície. O Censipam, porém, não trabalha isoladamente, mas em conjunto com a Polícia Federal para potencializar seu alcance e prevenção contra o desmatamento e o contrabando de madeira. Segundo Costa, a metodologia desenvolvida em conjunto é fundamental para o desmonte da cadeia de escoamento da extração de vegetais nobres.
“Buscamos identificar a origem da madeira e interceptá-la quando está sendo embarcada nos portos. Esse conhecimento já existia do combate ao crime organizado e, agora, está sendo aplicado no combate aos crimes ambientais e dando resultados significativos”, afirmou.
Para Costa, o resultado de controle do desmatamento e queimadas na região tem sido positivo. Contudo, questionado sobre os dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), que apontam para um crescimento da degradação da região, ele explicou que se tratam de dados brutos.
“Nós utilizamos os dados oficiais e temos uma parceria de longa data com o Inpe. Mas é preciso entender que é necessário realizar uma série de recortes para uma análise adequada desses dados. Se pegarmos a curva de evolução histórica do desmatamento anual do nosso país, veremos que, se compararmos 2012 com 2016, teremos um aumento de 72%. Essa tendência veio ao longo dos anos e, agora, trabalhamos para revertê-la”, observou.
*Estagiário sob a supervisão
de Fabio Grecchi
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