MANDATO PRESIDENCIAL

"Se Deus quiser, vou continuar meu mandato", diz Bolsonaro

Presidente reclamou que a população o culpa de tudo e repetiu defesa ao tratamento precoce contra a covid-19, que não possui eficácia comprovada

Ingrid Soares
postado em 21/01/2021 13:30 / atualizado em 21/01/2021 16:19
 (crédito: Ed Alves/CB/D.A Press)
(crédito: Ed Alves/CB/D.A Press)

O presidente Jair Bolsonaro disse a apoiadores no Palácio da Alvorada que pretende terminar seu mandato. Até a semana passada, foram contabilizados 61 pedidos de impeachment protocolados desde fevereiro de 2019. Quatro deles foram arquivados e duas novas denúncias foram realizadas neste ano e estão sob análise, junto com outras 55.

"Lamento... Pretendo continuar. Se Deus quiser vou continuar meu mandato e, em 2022, o pessoal (que) escolha. Tem muita gente boa para escolher. Espero que os bons se candidatem também, para não deixar os mesmos virem de candidatos", apontou durante conversa com bolsonaristas na noite de quarta-feira (20/1).

No último dia 15, o mandatário voltou a dizer que não dá motivos para a execução da medida. "Quarenta ou 60 processos de impeachment. Isso não vale nada. Só Deus me tira daqui. Não existe nada de concreto contra mim. Agora, me tirar na mão grande, não vão me tirar. Aí, é outra história", rebateu.

Manaus

O presidente também comentou sobre a trágica situação de Manaus, onde pacientes com covid-19 morreram por falta de oxigênio. Ele repetiu que a responsabilidade primária é do governador e do prefeito local, e que a população 'o culpa de tudo'.

"Quando nós fomos notificados do problemas, dois dias depois o Pazuello esteve lá, ficou três dias, acionou toda a infraestrutura da Força Aérea, levamos oxigênio para a região de balsa, de avião. Agora quem é o primeiro a tomar providência em problemas lá é o governador e o prefeito. É que é fato: todo mundo me culpa. Tudo sou eu. Tá muito calor aí, pode me culpar, falou? Se cair uma manga na tua cabeça você me culpa também", reclamou.

Bolsonaro completou: "Lamento. Realmente foi muito triste o que aconteceu lá em Manaus, pessoas morrerem sem atendimento, sem oxigênio. Parece que em uma cidade do interior também começou a aparecer o mesmo problema. Agora o problema, também, lá, é mais grave que no resto do Brasil. Geralmente, a rede pública lá, de hospital, sempre esteve cheia, 90%, 95%, e as cirurgias estão sendo adiadas".

Tratamento precoce

Por fim, o presidente repetiu defesa ao tratamento precoce contra a covid-19 com o uso de vermífugos e anti parasitários como ivermectina, hidroxicloroquina e nitazoxanida. Tais medicamentos, no entanto, não possuem eficácia comprovada contra o novo coronavírus.

"A pessoa que podia ter um tratamento preventivo lá atrás não vai (ao hospital) porque não tem atendimento e, quando agrava a doença, ela vai e junta com a pessoa que está com covid. Daí vem o caos. E esse problema de caos não é só lá. É no Brasil todo. Tem muitas cirurgias, exames que foram adiados e a conta vem alta", concluiu.

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