Leite condensado

Defesa emite nota para explicar gastos do governo com alimentação

Segundo a pasta, o efetivo de militares da ativa é de 370 mil homens e mulheres, que diariamente realizam suas refeições, em 1,6 mil organizações militares espalhadas por todo o país

Simone Kafruni
postado em 27/01/2021 20:46 / atualizado em 27/01/2021 21:47
 (crédito: Bruno Peres/CB/D.A Press - 21/2/13)
(crédito: Bruno Peres/CB/D.A Press - 21/2/13)

Depois da divulgação, pelo site Metrópoles, de gastos do governo com alimentação no ano passado, o Ministério da Defesa divulgou uma nota, nesta quarta-feira (27/1), às 20h, explicando que as Forças Armadas devem, por lei, prover alimentação aos militares em atividade. “Ao contrário dos civis, os militares não recebem qualquer auxílio alimentação. O efetivo de militares da ativa é de 370 mil homens e mulheres, que diariamente realizam suas refeições, em 1,6 mil organizações militares espalhadas por todo o país”, esclareceu o ministério.

Segundo a nota, o valor da etapa comum de alimentação, desde 2017, é de R$ 9 por dia, por militar. Com esses recursos são adquiridos os gêneros alimentícios necessários para as refeições diárias (café da manhã, almoço e jantar). “Esse valor não é reajustado há três anos”, afirmou.

A justificativa para os valores, principalmente com leite condensado, de R$ 15 milhões, é que “as Forças Armadas têm a responsabilidade de promover a saúde da tropa por meio de uma alimentação nutricionalmente balanceada, em quantidade e qualidade adequadas, composta por diferentes itens”.

“O leite condensado é um dos itens que compõem a alimentação por seu potencial energético. Eventualmente, pode ser usado em substituição ao leite. Ressalta-se que a conservação do produto é superior à do leite fresco, que demanda armazenamento e transporte protegido de altas temperaturas”, explicou.

A Defesa informou que, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o brasileiro consome em média 5,6 gramas de doce à base de leite por dia. “Por se tratar de um contingente eminentemente jovem, o consumo, eventualmente, pode ser até um pouco superior”, informou.

Higiene bucal

Sobre as gomas de mascar, que custaram aos cofres públicos R$ 2,2 milhões em 2020, a pasta disse que “o produto ajuda na higiene bucal das tropas, quando na impossibilidade de escovação apropriada, como também é utilizado para aliviar as variações de pressão durante a atividade aérea”.

Por fim, a nota destacou que, em 2020, as Operações Covid-19 e Verde Brasil 2 demandaram um enorme esforço das tropas diuturnamente. "Só no combate à pandemia, mais de 34 mil militares atuaram diariamente em todo o território nacional."

Para o ministério, portanto, “considerando o efetivo das Forças Armadas, é natural que os totais de gêneros, quando somados, apresentem valores compatíveis com sua missão e tarefas”.

Um pouco mais tarde, a Secretaria de Comunicação enviou outra nota para justificar os gastos divulgados com alimentação. "Os valores constantes nos sistemas e planilhas no Siasg/Comprasnet, Siagi e Portal da Transparência fazem referência à aquisição de produtos e serviços relacionados a todos os ministérios, autarquias e estatais, além dos valores relativos a programas assistenciais e operações como a Acolhida, Covid-19 e Verde Brasil", disse.

"No contexto do Ministério da Educação, em várias universidades e seus respectivos campi, restaurantes universitários servem refeições para a comunidade de discentes, docentes e servidores. O mesmo se aplica à Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica, composta por 41 instituições, sendo 38 Institutos Federais, dois Centros Federais de Educação Tecnológica (Cefets) e o Colégio Pedro II."


 

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