Ódio nas redes

Extremistas articulam movimento contra eleições no legislativo

Inspirados na manifestação dos Estados Unidos, o movimento anticomunista do Brasil começa a convocar protestos contra candidatos de esquerda às mesas diretoras das assembleias parlamentares

A invasão ao Capitólio por um grupo de apoiadores do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que não reconhece a derrota nas urnas para o democrata Joe Biden, inspirou os extremistas brasileiros contrários à indicação de candidatos de esquerda às mesas diretoras das câmaras legislativas. Por meio de disparos em massa pelo WhatsApp, os autodeclarados anticomunistas estão convocando cidadãos a impedirem a eleição de candidatos de esquerda à presidência das Câmaras Municipais e da Câmara dos Deputados.

Os disparos prometem protestos nos dias 30 e 31 de janeiro e 1º e 2 de fevereiro. “O Brasil estará de plantão”, dizem os comunicados, que pedem visitas presenciais às casas legislativas para impedir “candidatos comunistas” de tomarem posse. “Não queremos o comunismo no Brasil. Baleia Rossi, candidato do PT, fora da Câmara”, defendem os disparos em massa.

Os extremistas brasileiros encontram eco na ala ideológica do governo, que também comemorou a invasão do Capitólio nos Estados Unidos. Muitos integrantes desse grupo sonham em fazer o mesmo com o Congresso no Brasil e com o Supremo Tribunal Federal (STF).

Tanto que um outro protesto está sendo articulado para o dia 17 de janeiro na Esplanada dos Ministérios contra as instituições democráticas. “Fora do STF, ministros comunistas. Fora do Congresso, parlamentares corruptos”, sustenta um dos comunicados.