ELEIÇÃO NA CÂMARA

Em costura pela liderança da Câmara, Bolsonaro se reúne com 30 deputados do PSL

Na saída, Bolsonaro disse que com a ajuda desses parlamentares, pretende influir na disputa pela liderança da Casa. Votação para escolha dos presidentes da Câmara e do Senado está marcada para o dia 1º de fevereiro

 O presidente Jair Bolsonaro se reuniu com 30 deputados do PSL em um café da manhã nesta quarta-feira (27/1) no Palácio da Alvorada. Entre as pautas tratadas, uma costura por apoio ao candidato à presidência da Câmara, Arthur Lira.

Na saída, o chefe do Executivo disse em uma live que com a ajuda desses parlamentares, pretende influir na disputa pela liderança da Casa. "Fizemos uma reunião com 30 parlamentares do PSL e vamos, se Deus quiser, participar, influir na presidência da Câmara com esses parlamentares de modo que possamo ter um relacionamento pacífico e produtivo para o nosso Brasil", apontou.

Entre os presentes no encontro, estavam os deputados Bia Kicis, Carla Zambelli, Major Vitor Hugo, Delegado Pablo, Bibo Nunes, Eduardo Bolsonaro; e o ministro da Secretaria de Governo da Presidência, Luiz Eduardo Ramos.

Kicis registrou o encontro por meio das redes sociais e afirmou que a união em torno de Lira é uma forma de dar fim ao que chamou de "ditadura" imposta por Rodrigo Maia. "Café da manha do PSL/Aliança com nosso Presidente @jairbolsonaro, @MinLuizRamos sobre o futuro da política na Câmara dos deputados e nosso apoio a @ArthurLira_ p/ enterrar a ditadura instaurada por @RodrigoMaia", escreveu.

O deputado Major Vitor Hugo ressaltou que o apoio do PSL está consolidado em torno de Lira. "Hoje temos uma lista consolidada de 36 deputados e temos notícia de que vários outros deputados que não assinaram a lista também apoiam o deputado Arthur Lira. E a gente imagina, nas nossa contas, que podemos chegar até próximo de 50 votos dentro do PSL para Arthur, independentemente de terem assinado a lista formalmente trazendo para o bloco do Arthur o PSL. Mas essa posição está consolidada, já existe entendimento dentro da Câmara nesse sentido de que uma vez formado o bloco, o partido não pode sair do bloco a não ser para formar o bloco com outros partidos egressos do próprio bloco", observou.

Ele ainda criticou Maia, afirmando que ele prejudicou o país, e que as pautas do governo ficaram travadas durante sua presidência. Também repetiu que a sigla apoiará o candidato do Planalto.

"Então o PSL, mesmo que uma nova lista fosse elaborada, o que é muito difícil acontecer, não poderia sair do bloco para ir para o bloco do Baleia, poderia no máximo ficar isolado, o que seria estrategicamente muito ruim porque perderia comissões, cargos na mesa. Então a posição do PSL está consolidada em torno do Arthur Lira. Isso vai ser muito bom para o país e para as pautas que precisamos avançar como a reforma tributária, administrativa que ficaram paradas na presidência atual, que muito prejudicou o nosso país".

Por fim, o parlamentar citou pautas que o governo busca aprovar ainda este ano. E, caso Lira seja eleito, contou que o PSL negociará para que as relatorias da maioria dos projetos que forem de origem do presidente fiquem com deputados da sigla.

"Temos pautas importantes como a reforma administrativa, tributária, o voto impresso, mineração em terras indígenas, posse e porte de armas de fogo, regularização fundiária, PECs que vêm do Senado, Emergencial, revisão dos Fundos e, também, a revisão do Pacto Federativo. Temos uma infinidade de pautas importantes. Nós vamos negociar para que as relatorias da maioria dessas pautas que forem de origem do governo fiquem com deputados do PSL. É justo porque somos do candor da base do presidente e não tivemos essas oportunidades sob a presidência do Maia, que fez questão de isolar aqueles que eram mais próximos do presidente Bolsonaro", concluiu.

1º de fevereiro

A votação pela escolha dos presidentes da Câmara e do Senado está marcada para o dia 1. Enquanto os aliados do deputado Arthur Lira (PP-AL) estão otimistas com a vitória no primeiro turno, o grupo de Baleia Rossi (MDB-SP) acredita na vitória no segundo turno. O bloco do emedebista conta com 11 partidos, que somam 238 votos, mas estima-se que ele deverá receber cerca de 220 votos.

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