REFORMA MINISTERIAL

Mourão indica que Bolsonaro vai trocar comando do Itamaraty

Saída de Ernesto Araújo seria uma forma de responder a críticas de parlamentares e de autoridades estrangeiras, além de agradar deputados do Centrão, que teriam mais espaço no governo

O vice-presidente da República, Hamilton Mourão, indicou que o presidente Jair Bolsonaro vai colocar em prática uma reforma ministerial após a eleição no Congresso. De acordo com o general, uma das trocas que devem ocorrer é no Ministério das Relações Exteriores, com Ernesto Araújo deixando o cargo. As alterações aconteceriam para agradar a base do governo na Câmara, que deve votar em peso no deputado Arthur Lira (PP-AL) para o comando da Casa.

Lira é aliado do governo e concorre diretamente com Baleia Rossi (MDB-SP), que se opõe às políticas do governo Bolsonaro. De acordou com Mourão, as mudanças devem ocorrer em breve. "Não tenho bola de cristal, nem esse assunto foi discutido comigo. Mas em um futuro próximo, depois da eleição dos novos presidentes das duas Casas do Congresso, poderá ocorrer uma reorganização do governo para que seja acomodada uma nova composição política que emergir desse processo. Talvez com isso aí alguns ministros sejam trocados, entre eles, o próprio Ministério das Relações Exteriores", declarou Mourão em entrevista à Rádio Bandeirantes.

Diplomacia

Ernesto Araújo é alvo de críticas no Brasil e no exterior pela condução da diplomacia do Brasil com outras nações. O governo federal encontra dificuldades para manter boas relações com a China, produtora de insumos para a vacina contra a covid-19. Também ocorreram problemas com a Índia, que atrasou em uma semana a liberação para o Brasil de lotes da vacina desenvolvida pela Universidade de Oxford.

Mourão também comentou as críticas em relação aos gastos de R$ 1,8 bilhão do governo federal com alimentação. Ele afirmou que o valor, que inclui a compra de R$ 15 milhões em leite condensado, foi distribuído por vários órgãos. "Está embutida alimentação com as Forças Armadas, órgãos policiais federais, sistema prisional federal e hospitais federais. É um gasto de alimentação geral, de todo o governo. Ah, bom, tem R$ 15 milhões com leite condensado. Lógico, tem toda uma gama de entidades que fizeram essa compra. Não significa que o governo centralizadamente fez isso", disse o vice-presidente.

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