Brasília-DF

Denise Rothenburg
postado em 05/02/2021 22:40
 (crédito: Maurenilson/CB/D.A Press)
(crédito: Maurenilson/CB/D.A Press)

Não bagunce o coreto

Em política, a ordem dos fatores altera o produto. Por isso, com a reforma tributária na área, qualquer projeto que o governo enviar para mexer no ICMS sobre os combustíveis tende a ser anexado a esse tema. Os parlamentares, até mesmo alguns líderes muito afinados com o governo, consideram que não dá para discutir ICMS de combustíveis longe da reforma tributária, ainda mais sendo um imposto estadual. Nesse sentido, o presidente Jair Bolsonaro, que, avaliam alguns, jogou para tirar a pressão dos caminhoneiros do seu colo, pode até ganhar politicamente, mas perde tempo precioso de discussão de uma reforma geral dos impostos, algo que prometeu e ainda não entregou.

No Parlamento, os temas separados como prioridade para este primeiro momento não incluem a discussão separada do ICMS e, sim, o Orçamento da União, que dará os parâmetros sobre o que pode ser feito em termos de auxílio emergencial. Com esses dois pontos, entram, ainda, vacinas/pandemia e a PEC Emergencial. Enquanto isso, acertam-se os ponteiros das reformas tributária e administrativa, com ICMS nesse contexto. No mais, se Bolsonaro quiser aprovar outras pautas para agradar seu segmento ideológico, ou eleitoral, terá de conversar muito, ou contar com o bolsonarismo raiz, porque não estão no pacote inicial.


A estratégia é desarmar bombas

O fato de o presidente dizer, agora, que acompanhará o presidente da Anvisa, Antônio Barra Torres, e tomará a vacina contra a covid-19 é uma forma de tentar corrigir o curso das declarações alopradas. A avaliação no Planalto é de que, se o presidente tomar a vacina, neutraliza toda a guerra política que esse tema gerou.


Saúde, o grande abismo

A tensão entre o Centrão, do líder do governo, Ricardo Barros, e a direção da Anvisa por causa da vacina Sputnik V foi considerada positiva, pelo menos do ponto de vista dos deputados. Indicou para os parlamentares do bloco e fora dele que a relação não será de submissão ao Poder Executivo. A começar pelo próprio líder governista.


Aliás…

A postura tanto de Arthur Lira quanto de Rodrigo Pacheco, em busca do auxílio emergencial obrigou o governo a fazer as contas e agradou às duas Casas. “Cada um com o seu estilo fortalece o Parlamento. Ruim é ter um Parlamento fraco”, comenta o deputado Danilo Forte (PSDB-CE).


Tradução petista

O fato de Lula colocar Fernando Haddad como candidato a presidente para o caso (quase certeza) de ele não conseguir anular as condenações judiciais foi apenas para tirar do aquecimento todos aqueles que estavam se preparando para se lançar candidato dentro do partido. De quebra, começar a procurar os aliados do campo de oposição e de centro, inclusive, o ex-presidente da Câmara Rodrigo Maia.


Diagnóstico

Os petistas pretendem, ainda, deflagrar pesquisas para saber qual é o grau de rejeição ao partido hoje, em especial, entre os jovens. Um pedaço da legenda considera que, se não ampliar o eleitorado rumo ao centro, não vence em 2022, ainda que chegue ao segundo turno. Para isso, precisa se renovar dentro de um programa de compliance. Esse será o debate interno do semestre.


CURTIDAS

Ele, não/ Embora Ciro Gomes (foto) tenha sido ministro do ex-presidente Lula, há quem defenda ser “perda de tempo” conversar com o antigo aliado. É que Ciro ora parceiro, ora crítico do PT, só tem um nome para 2022, na visão do PT: Ciro Gomes.


E quem não?/ No PDT, a avaliação em relação ao PT é idêntica. O partido de Lula só quer saber dos seus e, dado o tamanho da legenda, é difícil convencer os petistas a abrirem mão de um candidato próprio.


"O Democratas saiu fortalecido com a conquista da Presidência do Senado. Não dá para colocar a derrota do Baleia no nosso colo”
Do líder do DEM, Efraim Filho, reconduzido ao comando da bancada

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