TROCA NA PETROBRAS

Bolsonaro indica general Silva e Luna como presidente da Petrobras

O anúncio foi publicado nas redes sociais pelo mandatário nesta sexta-feira (19/2), com uma nota do Ministério de Minas e Energia. Joaquim Silva e Luna também é ex-ministro da Defesa

Ingrid Soares
postado em 19/02/2021 19:38 / atualizado em 19/02/2021 20:07
 (crédito: Evaristo Sa/AFP - 17/12/20)
(crédito: Evaristo Sa/AFP - 17/12/20)

O presidente Jair Bolsonaro decidiu indicar, nesta sexta-feira (19/2) o presidente da Itaipu Binacional, o general Joaquim Silva e Luna, como o novo presidente da Petrobras. O anúncio foi publicado nas redes sociais pelo mandatário, com uma nota do Ministério de Minas e Energia. Luna também é ex-ministro da Defesa do governo Temer. A indicação, no entanto, ainda precisa da aprovação do Conselho de Administração da Petrobras. 

“O governo decidiu indicar o senhor Joaquim Silva e Luna para cumprir uma nova missão como Conselheiro de Administração e Presidente da Petrobras, após o encerramento do ciclo, superior a dois anos, do atual presidente, Senhor Roberto Castello Branco”, diz o documento.

Publicado por Jair Messias Bolsonaro em Sexta-feira, 19 de fevereiro de 2021

O anúncio ocorre após o mandatário criticar o atual presidente da estatal, Roberto Castello Branco. Mais cedo, o mandatário reafirmou que haveria mudança na Petrobras, mas que isso não representaria interferência na política de preço dos combustíveis da estatal. Assim como na live dessa quinta-feira (18), o mandatário não havia fornecido maiores detalhes. 

“Anuncio que teremos mudança, sim, na Petrobras. Jamais vamos interferir nessa grande empresa, na sua política de preço. Mas o povo não pode ser surpreendido com certos reajustes. Faça-os, mas com previsibilidade. É isso que queremos", declarou nesta sexta após o acionamento das comportas do trecho do Ramal Agreste, em Sertânia, Pernambuco.

Em indireta ao presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco, Bolsonaro disse também que "exige e cobra transparência de todos aqueles que tem responsabilidade de indicar“. "Se lá fora aumenta o barril do petróleo e aqui o dólar está alto, sabemos das suas repercussões no preço do combustível. Mas isso não vai continuar sendo um segredo de estado. Exijo e cobro transparência de todos aqueles que tenho responsabilidade de indicar", completou.

Após ser pressionado pelos caminhoneiros e pela população, o presidente Jair Bolsonaro anunciou na quinta-feira que, a partir de 1º de março, zerará os tributos federais incidentes no gás de cozinha de forma permanente. Sobre o diesel, as alíquotas de PIS/Cofins serão zeradas por dois meses. O congelamento, no entanto, veio depois de um reajuste superior a 27% no combustível neste ano. É o quarto aumento na gasolina e o terceiro do diesel em 2021.

Na data, Bolsonaro repetiu que apesar de não interferir na estatal, “alguma coisa vai acontecer lá nos próximos dias”. Ele também disse que Castello Branco afirmou que "não tem nada a ver com caminhoneiros" e que a fala dele "terá consequência". As falas do presidente causaram reação negativa no mercado e as ações da Petrobras caíram mais de 7%.

Também ontem, o chefe do Executivo reclamou dos reajustes dos combustíveis e os caracterizou como "fora da curva". “Teve um aumento, no meu entender, e vou criticar, um aumento fora da curva da Petrobras. Dez por cento hoje na gasolina e 15% no diesel. É o quarto reajuste no ano. A bronca sempre vem para cima de mim, só que a Petrobras tem autonomia”, justificou.

“Não tem quem não ficou chateado com o reajuste, hoje, de 10% na gasolina e de 15% no diesel. É o quarto reajuste no mês. A Petrobras tem essa garantia, não é? Essa liberdade, autonomia, para reajustar os combustíveis, levando em conta o preço do barril do petróleo lá fora e o preço do dólar aqui dentro. E outros fatores pesam negativamente no preço do combustível”, completou.

Quem é Silva e Luna

Aos 71 anos, o pernambucano de Barreiros (PE) tem formação acadêmica no Exército. É doutor em Ciências Militares pela Escola de Comando e Estado-Maior do Exército (1987/88), mestre em Operações Militares pela Escola de Aperfeiçoamento de Oficiais (1981) e pós-graduado em Política, Estratégia e Alta Administração do Exército na Escola de Comando e Estado-Maior do Exército (1998) e em Projetos e Análise de Sistemas pela Universidade de Brasília (1995).

Como oficial-general, foi comandante da 16; Brigada de Infantaria de Selva, em Tefé (AM), de 2002 a 2004. Em Brasília, foi diretor de Patrimônio, de 2004 a 2006; chefe do Gabinete do Comandante do Exército, de 2007 a 2011; e chefe do Estado-Maior do Exército, de 2011 a 2014. Como oficial superior, comandou o 6; Batalhão de Engenharia de Construção, em Boa Vista (RR), de 1996 a 1998. No Ministério da Defesa foi ainda secretário-geral da pasta, onde também foi secretário de Pessoal Ensino, Saúde e Desporto.

No exterior, foi membro da Missão Militar Brasileira de Instrução no Paraguai e Assessor de Engenharia, de 1992 a 1994, e Adido de Defesa, Naval, do Exército e Aeronáutico em Israel, de 1999 a 2001. Ainda em Israel, fez o curso Combate Básico das Forças de Defesa de Israel no Instituto Wingate Israel (2000). Paranaense, foi deputado federal, senador, governador do estado do Paraná e prefeito de Curitiba. Foi presidente da Itaipu Binacional por quase dois anos.

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