Brasília-DF

Denise Rothenburg
postado em 20/02/2021 21:38
 (crédito: Luis Macedo/Câmara dos Deputados)
(crédito: Luis Macedo/Câmara dos Deputados)

Bolsonaro compensa nervosismo do mercado com reforço da caserna
A troca de comando na Petrobras e a promessa de que novas mudanças virão foi a gota d’água para a relação entre o presidente Jair Bolsonaro e o mercado financeiro. A contar pelo nervosismo que tomou conta dos operadores de grandes fundos de investimento, totalmente no escuro sobre as novas mudanças prometidas por Bolsonaro, a segunda-feira será “punk”. Eles passaram as últimas 24 horas trocando telefonemas em busca de informações sobre os próximos passos. A insegurança é geral.

Da sua parte, o presidente Jair Bolsonaro, ciente do estresse na seara econômica, segue seu instinto e busca aqueles do meio militar, segmento em que mais confia e que se reporta diretamente ao presidente da República, algo que Roberto Castelo Branco não fazia. E, dizem amigos do presidente, é nesse segmento que ele continuará agarrado quando quiser trocar pessoas em áreas sensíveis. Até porque, um governo calcado nos militares, dificilmente estará exposto a um processo de impeachment.

 

Não surpreenda o chefe
Se tem algo que o presidente Jair Bolsonaro detesta são integrantes do governo que não lhe dão satisfação sobre seus atos, ou informá-lo de algo que certamente terá reflexos em sua popularidade. E Roberto Castello Branco trabalha bem distante do Planalto, sem preocupação política, algo que o presidente não se acostumou.

 

Linha direta
Aliás, à exceção de Pedro Parente, no governo Michel Temer, os presidentes da Petrobras em governos anteriores se reportavam diretamente ao presidente da República. No governo Lula, por exemplo, Sérgio Gabrielli, costumava vir a Brasília, despachar direto no Planalto, sem sequer passar pelo Ministério de Minas e Energia.



Medida Provisória no forno
Está praticamente fechado que, diante da repercussão negativa da troca de comando na Petrobras, o governo editará uma medida provisória para tentar criar um mecanismo que mexa nos impostos e não no valor de mercado dos combustíveis. A intenção é tirar a pecha de que o presidente está intervindo na Petrobras ao trocar Roberto Castello Branco pelo general Silva e Luna. A aposta do governo é a de que, esta semana, tudo vai se acalmar.

 

Por falar em se acalmar...
O governador Helder Barbalho está respirando melhor, depois que o Tribunal de Justiça do Pará decidiu por unanimidade que a negociação entre governo estadual e a empresa SKN lá no início da pandemia foi lícita, e não houve irregularidades. Esse é o caso dos respiradores que, segundo o governo, não funcionaram e a empresa terminou devolvendo o dinheiro aos cofres estaduais.


Curtidas

O maior defensor/ Nas redes sociais, um dos primeiros a defender o presidente Jair Bolsonaro na troca de comando na estatal foi o ministro de Comunicações, Fábio Faria. “Em suas redes sociais, escreveu: O governo Jair Bolsonaro é 100% liberal na economia como já demonstrou desde 1º de janeiro de 2019. O governo jamais irá intervir em preços e acredita no livre mercado. O que existia era uma total falta de afinidade entre o PR e o Castello e a troca foi um fato isolado”.

Deixa que eu chuto/ Arthur Lira (foto), que saiu fortalecido da sessão que manteve a prisão de Daniel Silveira, engrossou o coro de defesa do governo em suas redes, ao mencionar a autonomia do Banco Central. Uma forma de lembrar que o governo é liberal e que o caso da Petrobras foi pontual.

Coisas nada pontuais/ Com a saída de Daniel Silveira do primeiro plano, os problemas fiscais, a falta de vacinas e a demora em retomar o auxílio emergencial voltam ao centro do debate e pressionam as reformas tributária e administrativa. Com a pandemia e as mil mortes diárias registradas no país, não dá para ser de outra forma.

O candidato I/ Pressionado a concorrer à Presidência da Comissão de Constituição e Justiça, o deputado Lafayette Andrada (Republicanos-MG) tem dito a amigos que uma candidatura, se vier, é regimental, ou seja, não representaria uma traição ao acordo firmado entre os partidos, uma vez que é do mesmo bloco que a deputada Bia Kicis (PSL-DF).

O candidato II/ Quem dá uma explicação dessas é sinal de que irá se apresentar para a disputa. Bia Kicis que se prepare, porque os bastidores estão a mil por hora. A semana promete. De tédio, não morreremos.

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