Câmara

Conselho de Ética designa relatores para os casos de Daniel Silveira e Flordelis

Colegiado voltou a se reunir pelo segundo dia seguido nesta quarta-feira (24/2). Os deputados Daniel Silveira e Flordelis são os primeiros parlamentares na mira do grupo

Luiz Calcagno
postado em 24/02/2021 15:58 / atualizado em 24/02/2021 16:02
 (crédito: Pablo Valadares/Camara dos Deputados)
(crédito: Pablo Valadares/Camara dos Deputados)

O Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara definiu os relatores dos processos disciplinares contra o deputado bolsonarista Daniel Silveira (PSL-RJ) e a deputada suspensa do PSD Flordelis (RJ). O primeiro caso está a cargo do deputado Fernando Rodolfo (PL-PE), e o segundo ficou com Alexandre Leite (DEM-SP). O colegiado voltou a funcionar nessa terça-feira (23/2), após quase um ano de suspensão dos serviços por conta da pandemia do novo coronavírus. O grupo voltou a se reunir nesta quarta-feira (24), e pretende fazer mais de um encontro por semana, para acelerar o andamento dos processos.

Daniel Silveira e Flordelis são os primeiros parlamentares na mira do Conselho. O bolsonarista, que era suplente da comissão, também foi oficialmente afastado dos trabalhos. Silveira está preso no Batalhão Especial Prisional da Polícia Militar do Rio de Janeiro, depois de passar uma temporada na Superintendência da Polícia Federal do estado por atacar o Supremo Tribunal Federal (STF) em um vídeo no YouTube, incitar a violência e o linchamento de ministros e fazer apologia ao Ato Institucional Número 5, uma das mais violentas medidas políticas da ditadura militar no Brasil.

Silveira foi preso por ordem do ministro Alexandre de Moraes e teve a prisão confirmada por seus pares. Flordelis, por sua vez, é acusada de arquitetar o assassinato do próprio marido, o pastor Anderson do Carmo, 42 anos, em junho de 2020. Na terça-feira, a 2ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio decidiram pelo afastamento da parlamentar do mandato, o que deverá pesar contra ela no Conselho de Ética.

Overdose

Flordelis está hospitalizada após tomar uma overdose de medicamentos. De acordo com a assessoria de imprensa da parlamentar, ela é vítima de um “linchamento público”. “Antes mesmo do fim da primeira fase do processo que investiga a morte de seu marido, o Pastor Anderson do Carmo, ela vem sendo condenada e humilhada perante a opinião pública, sem nenhum direito de defesa”, afirma a nota divulgada no Instagram da parlamentar.

“Flordelis é inocente, nenhuma prova foi revelada contra ela e, na última audiência, suas filhas além de assumirem a autoria do crime também negaram a participação ou ciência da deputada. Porém, a despeito dos fatos, convicções estão sentenciando o destino de uma mulher íntegra, honesta, de origem periférica e que tem sua história pautada na defesa da vida”, justifica o texto.

 
 
 
Ver esta publicação no Instagram

Uma publicação partilhada por Flordelis (@flordeliscantora)

Caso Eduardo Bolsonaro

O conselho também deve avançar com o caso do filho do presidente da República, o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) que, como Silveira, também fez apologia ao AI-5. Ainda como Silveira, o parlamentar é reincidente e já responde a outro processo, por usar as redes sociais para desferir ofensas à ex-aliada, deputada Joice Hasselmann (PSL-SP), a quem comparou com a personagem de desenho animado Peppa.

Silveira, que é colega de legenda de Eduardo, já respondia por gravar as conversas de membros do PSL que romperam com os bolsonaristas após uma movimentação do chefe do Executivo para deixar a legenda.

Notícias pelo celular

Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.


Dê a sua opinião

O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação