CoronaVac

'Espero que siga o exemplo da mãe e tome a vacina', diz Doria a Bolsonaro

O governador de SP criticou o presidente da República por afirmar que a mãe recebeu a Covishield, mas um enfermeiro teria rasgado o comprovante de vacinação e substituído o documento por outro, com indicação de aplicação da CoronaVac

Após o presidente da República, Jair Bolsonaro, criar uma nova polêmica em torno da CoronaVac, alegando que a mãe recebeu a Covishield (popularmente conhecida como vacina de Oxford), mas um enfermeiro fraudou o comprovante, o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), definiu a afirmação do mandatário como "absurda", e aproveitou o momento para lançar mais farpas em relação à atuação do governo federal no enfrentamento da pandemia.

"Com todo respeito, não estamos preocupados se os familiares do presidente tomam esta ou aquela vacina. O que desejamos é que todos tomem as vacinas, estejam protegidos", afirmou Doria, negando haver qualquer indicação de que houve fraude no procedimento de imunização da mãe de Bolsonaro, que recebeu a vacina do Butantan na última sexta-feira (12/2), no município de Eldorado, interior de São Paulo.

Na tradicional live de quinta-feira, Bolsonaro afirmou que o cartão de vacina da mãe só indica a aplicação da CoronaVac porque um enfermeiro responsável pela vacinação foi até a casa dela, pegou o cartão de vacinação que confirmava o recebimento da dose da Covishield e fez um novo comprovante, escrito Butantan. "Vamos desmascarar isso aqui agora", afirmou, mostrando a reprodução de um cartão que disse ser da mãe.

Não é possível confirmar oficialmente qual dos imunizantes a senhora de 93 anos recebeu. "O que posso informar é que 2.641 doses de vacinas foram encaminhadas para o município, sendo que 80 delas eram AstraZeneca. Não sei responder com qual vacina, porque a lei geral de proteção de dados não me permite acessar", afirmou a coordenadora de Controle de Doenças, Regiane de Paula. Na avaliação do presidente, a vacinação teria sido usada pela imprensa para fazer "politicagem".

Doria definiu a polêmica criada como "totalmente desnecessária" e criada "só na cabeça de uma pessoa como o presidente Jair Bolsonaro". "Nós temos que vacinar. Essa deveria ser a preocupação do presidente da República. Não recomendar cloroquina, aglomerações, intimidar quem usa máscara chamando de maricas, intimidar pessoas com mais de 60 anos que ficam em casa chamando de covardes. Espero que ele siga o exemplo da mãe dele e tome a vacina, seja ela qual for", alfinetou. O presidente tem se manifestado publicamente recusando a vacinação, sob a alegação de que já se infectou e que, por isso, estaria imunizado.

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