COVID-19

Bolsonaro sobre atuação em meio à pandemia: "Não errei nenhuma desde março"

Presidente ironizou o fato de o estado por milhão de habitantes com maior taxa de óbitos ser São Paulo, "o que mais fez lockdown" e o que "mais se diz estar ao lado da ciência"

Ingrid Soares
postado em 01/03/2021 13:41
 (crédito: Evaristo/Sá/AFP)
(crédito: Evaristo/Sá/AFP)

O presidente Jair Bolsonaro voltou a criticar nesta segunda-feira (1º/3) governadores que aderiram ao lockdown. Segundo o mandatário, a medida "não adiantou" ano passado. A um apoiador que disse ser de Porto Seguro, o presidente indagou: “Lá está praticamente sem mortes, né?”. E voltou a criticar as medidas de fechamento contra a pandemia. “Se eu não me engano, nove estados estão fechando tudo. Não deu certo o ano passado”, alegou.

O chefe do Executivo emendou ainda que “não errou nenhuma”, se referindo a sua atuação em meio à pandemia. “Desculpa aí, eu não vou falar de mim. Mas eu não errei nenhuma desde março do ano passado. Acertei demais no ano passado e não precisa ser inteligente para entender isso. Tem que ter o mínimo de caráter. Agora, só quem não tem caráter que joga o contrário. Tudo o que eu falo... O negócio de spray. Quando chegar no Brasil, deve, está tudo encaminhando para chegar, vão também demonizar o spray. Pode ter certeza disso”, reclamou, completando que “parece que no Brasil as outras doenças deixaram de existir”.

Bolsonaro afirmou que uma equipe do governo viajará para Israel na quarta-feira (3) para negociar uma possível aquisição do spray EXO-CD24, que segundo ele, poderá ajudar no combate à covid-19. O chefe do Executivo alegou que um paciente hospitalizado ou mesmo intubado "não tem o que perder" ao aderir ao spray. No entanto, a droga não possui eficácia comprovada contra o vírus.

Após um apoiador agradecer as verbas enviadas ao Amazonas em meio aos caos no estado, o presidente ressaltou que “não faltou dinheiro” e que a responsabilidade em resolver problemas como leitos, é do governador e do prefeito. “Não faltou dinheiro, na ponta da linha, eles tem que resolver os problemas, leitos, etc”.

Uma bolsonarista relatou ao presidente que o irmão morreu de câncer na garganta e colocaram novo coronavírus como causa do óbito. Bolsonaro complementou o comentário, dizendo que muitas mortes são registradas como causadas pelo vírus, mas se devem a outras doenças.

“Nós vimos muitos casos nesse sentido aí. Você vê, o estado por milhão de habitantes que mais óbitos tem é São Paulo, o que mais fez lockdown. O que mais... (eu não vou falar isso daí, eu não tenho certeza), mas é o estado que mais se diz, mais se diz estar ao lado da ciência”, ironizou.

Auxílio emergencial

Bolsonaro comentou rapidamente a reunião ocorrida na noite de domingo no Palácio do Planalto. O presidente Jair Bolsonaro se encontrou com os presidentes da Câmara, Arthur Lira, do Senado (PP-AL), Rodrigo Pacheco (DEM-MG), e com ministros. De acordo com o chefe do Executivo, o encontrou tratou de medidas econômicas e do combate à pandemia, como extensão do auxílio emergencial e da vacinação contra a covid-19. “Sobre a reunião de ontem, durou quase três horas, vários assuntos tratados, vamos colocar em prática a partir de hoje".

Sobre o auxílio emergencial, o mandatário relatou que está quase certo que serão quatro parcelas no valor de R$ 250. Ele criticou quem acha o valor baixo, mas defendeu que está acima do valor médio pago pelo Bolsa Família.

“O auxílio emergencial movimenta a economia local. Está quase tudo certo, ontem teve uma reunião de três horas de noite, R$ 250 por 4 meses. Alguns reclamam, muito pouco. Meu Deus do céu. Alguém sabe quanto custa isso para todos vocês brasileiros? [Dá para comprar duas cestas básicas, diz apoiadora] O nome é auxílio, não é aposentadoria. Agora os 250 está acima da média do Bolsa Família que é R$ 190. É endividamento, não tem dinheiro no cofre”.

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