PANDEMIA

Bolsonaro afirma ter "projeto pronto" contra covid-19, mas não detalha

Presidente emendou dizendo haver escassez mundial de vacinas. "Alguns falam: 'Tem que comprar'. Me diga aonde?", rebateu

Ingrid Soares
postado em 03/03/2021 16:39 / atualizado em 03/03/2021 16:41
 (crédito: AFP / EVARISTO SA)
(crédito: AFP / EVARISTO SA)

O presidente Jair Bolsonaro disse nesta quarta-feira (3/2) possuir um plano pronto contra a covid-19. Porém, ao ser questionado sobre qual seria, o mandatário não quis entrar em detalhes. A declaração ocorreu após visita ao embaixador do Kuwait no Brasil, Nasser Riden T. Almotairi. Ele ainda comentou sobre  o toque de recolher, pedido feito por secretários da Saúde como uma das medidas para diminuir o índice de contaminação pelo vírus nas cidades.

“Lembraram de mim um ano depois? Estão sendo pressionados pela população, que não aguenta mais ficar em casa, têm que trabalhar por necessidade”, ironizou.

O mandatário também repetiu críticas ao Supremo Tribunal Federal (STF), que conferiu no ano passado a estados e municípios autonomia para decidir sobre o isolamento social e lockdown. “O que acontece? Eles têm autoridade para definir... Infelizmente, o poder é deles. Eu queria de fosse meu. Eu posso tomar uma medida, o governador, uma medida mais restritiva, e o prefeito, mais restritiva ainda. São concorrentes, mas quem dá a palavra final não são nem os governadores, são os prefeitos. Quem dá a palavra final são os prefeitos".

Foi então que Bolsonaro relatou ter seu próprio programa contra a doença, mas justificou não possuir "autoridade" para exercê-lo. "Se eu tiver poder para decidir, eu tenho o meu programa e o meu projeto prontos para botar em prática no Brasil. Preciso ter autoridade. Se o Supremo Tribunal Federal achar que pode dar o devido comando dessa causa a um poder central, que eu entendo ser legitimamente meu, eu estou pronto para botar meu plano", emendou. Perguntado se poderia detalhar as estratégias, foi categórico: “Não, não, não”.

Segundo o chefe do Executivo, recurso não falta para atender as questões da área da saúde, mas ele voltou a criticar governadores que pedem Orçamento de guerra, reforçando que foi liberada uma 'quantia enorme' de verbas. "Tem que haver uma previsão por parte dos governadores, e o contato tem que ser através dos secretários de Saúde junto ao ministérios. Nós, aqui, nunca nos furtamos a liberar recursos no tocante a isso. Foi liberada uma quantidade enorme de recursos no ano passado. Não quero culpar ninguém de nada, nem desconfiar de ninguém de nada. Mas foram recursos vultosos, que em grande parte do problema poderia ter solucionado”.

O presidente emendou dizendo haver escassez mundial de vacinas. "Alguns falam: 'Tem que comprar'. Me diga aonde?", rebateu.

Segunda onda

Bolsonaro falou ainda sobre uma segunda onda com uma cepa nova do vírus. "Ninguém esperava isso daí e ontem (terça-feira) os governadores pediram mais recursos. Eu vou conversar com o Pazuello. Ele não é dono do cofre, mas nós vamos fazer de tudo para preservar vidas. Nós estamos investindo na vacina, é um dos países que mais têm vacina hoje em dia", declarou.

Por fim, ele voltou a falar que enviará uma equipe para Israel a fim de selar uma possível aquisição do spray israelense, EXO-CD24. O mandatário pretende testar a terceira fase da medicação no país. Medicação, contudo, não possui comprovação de eficácia e carece de estudos aprofundados. Ele também voltou a defender o tratamento precoce, que também não possui comprovação contar a covid-19.

 

 

 

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