A professora Sandra Ramos assumiu coordenação em diretoria no Ministério da Educação (MEC). A nomeação, feita pelo próprio ministro Milton Ribeiro, foi publicada ontem, no Diário Oficial da União. A educadora é ligada ao movimento Escola sem Partido e crítica ferrenha da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) — documento que indica os objetivos de aprendizagem.
Professora do Centro de Ciências da Educação da Universidade Federal do Piauí (UFPI), Sandra Ramos, há nove meses, participou de vídeo ao vivo com Miguel Nagib, fundador do Escola sem Partido, para explicar seu posicionamento na UFPI. No vídeo, a educadora disse pesquisar a ideologia de gênero — termo que não é reconhecido na comunidade acadêmica — nos livros didáticos e diz que há uma “minoria ruidosa” na defesa de ideologias político-partidárias.
O Escola Sem Partido afirma haver doutrinação política nos colégios. O movimento Também já fez críticas, sob a perspectiva conservadora cristã, à BNCC.
Já em texto publicado no Blog De olho no livro didático, Sandra Ramos analisa a Base Nacional Comum Curricular por uma “perspectiva conservadora cristã”. Entre outros pontos, a publicação defende que as escolas discutam a diversidade das espécies com base também na teoria criacionista e sugere a retirada de menção às culturas africanas e indígenas no documento.
A nomeação foi criticada por entidades estudantis e especialistas em Educação. "Querem deturpar a história do Brasil e impedir que os estudantes tenham acesso ao conhecimento", escreveu Rozana Barroso, presidente da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes), no Twitter.
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